Irmã Lúcia e o Terceiro Segredo


 A Irmã Lúcia foi silenciada e o Terceiro Segredo de Fátima foi ocultado, em 2010 o segredo enfim apareceu enviado de Portugal e em 2016 no dia da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, foi finalmente creditado como autêntico por uma equipe de especialistas do mais alto gabarito em grafologia da Espanha-Madrid.

Silenciando a Irmã Lúcia e o Terceiro Segredo de Fátima
 Embora tivesse apenas 10 anos naquela altura, Lúcia dos Santos era a mais velha dos três pastorinhos que assistiram às aparições de Fátima em 1917. Lúcia foi a única que falou com a Virgem, fazendo-lhe perguntas e respondendo a outras que Nossa Senhora lhe fazia. Depois da aparição de 13 de Maio, Lúcia e os seus primos mais novos, Francisco e Jacinta Marto, concordaram uns com os outros não contar nada a ninguém. Atenção indesejada Mas Jacinta, de apenas sete anos, não conseguiu conter a sua excitação a respeito da primeira visão, e falou dela à mãe. A notícia espalhou-se depressa por toda aquela pequena comunidade rural. Houve quem aceitasse imediatamente a visão como uma aparição autêntica da Virgem Maria, mas outros — incluindo entidades da Igreja — eram cépticos. Começaram a juntar-se multidões de crentes e curiosos para verem Lúcia e os primos nas aparições que se seguiram (umas 50 pessoas apareceram em Junho; 5.000 em Julho; 15.000 em Agosto; e 30.000 em Setembro), e na aparição final, cerca de 70.000 pessoas assistiram ao famoso Milagre do Sol. Investigação intensa Em Julho, o Administrador local estava incomodado com a reacção popular a estes acontecimentos, e no mês seguinte submeteu os pastorinhos a um interrogatório cerrado. Em determinada altura, depois de estarem presos há 2 dias, chegaram a ser ameaçados de morte pelo interrogador exasperado. Mas apesar de todas as tentativas de intimidação, Lúcia e os seus primos não revelaram nada do Segredo que lhes fora entregue em 13 de Julho, respeitando as instruções de Nossa Senhora para não dizerem a ninguém a Sua Mensagem. As autoridades do Vaticano, no início, tinham dúvidas sobre a autenticidade das visões, como se costuma fazer em casos semelhantes. Porém, a sinceridade evidente dos pastorinhos, assim como a sua profunda piedade e devoção, acabaram por persuadir as autoridades a levar a sério este caso e a investigá-lo com mais cuidado. O Milagre do Sol, que Lúcia pediu a Nossa Senhora como prova de que as aparições eram autênticas e que, de facto, as autenticou, decidiu o assunto. Pouco mais de uma década mais tarde, em 1930, o inquérito pormenorizado estava completo, e as autoridades da Igreja declararam que as Aparições de Fátima eram “dignas de crédito.”
Dois dos três videntes morrem Menos de dois anos depois de ter visto a primeira aparição de Fátima, Francisco Marto morreu de gripe na Primavera de 1919. No ano seguinte, a sua irmã mais nova Jacinta sucumbiu também à mesma doença em Fevereiro de 1920. Lúcia dos Santos ficou assim a ser a única vidente de Fátima a sobreviver, e a Mensagem de Nossa Senhora ficou apenas com ela. Quando entrou num convento em 1925, aos 18 anos, ainda não tinha revelado publicamente nada a mais sobre a Mensagem de Nossa Senhora.

Pedido da Consagração
 No Verão de 1929, estando ela num convento em Tuy, Espanha, a Irmã Lúcia teve outra visão. Desta vez, Nossa Senhora voltou, como tinha prometido, para pedir a Consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração. Esta aparição foi seguida de uma visita, dois anos mais tarde, em que Nosso Senhor se dirigiu à Irmã Lúcia, avisando-a das graves consequências para a hierarquia da Igreja por não fazerem a Consagração pedida. A Irmã Lúcia transmitiu estas mensagens ao seu confessor, o Padre Bernardo Gonçalves, aconselhando-o a que encontrasse alguma maneira de persuadir o Santo Padre a fazer a cerimónia. Apesar de as suas visões anteriores já terem sido declaradas “dignas de crédito” pelo Vaticano, nada se fez para atender ao pedido de Nossa Senhora. Em 1935, a Irmã Lúcia começou a fazer o mesmo pedido por escrito, dizendo numa carta manuscrita ao Padre Gonçalves, em resposta às suas perguntas, que “dará muito gosto a Nosso Senhor” se ele insistisse perante o seu Bispo para que se fizesse a Consagração.

As palavras de Nossa Senhora
Em 1941, por insistência do seu Bispo, a Irmã Lúcia escreveu as suas terceira e quarta memórias, revelando o conteúdo das duas primeiras partes do Segredo confiado em 13 de Julho de 1917 por Nossa Senhora de Fátima pelas Suas próprias palavras. Só a última parte do Segredo, o chamado “Terceiro Segredo,” ficou por revelar. Anos mais tarde, novamente a pedido do seu Bispo, a Irmã Lúcia escreveu relutantemente o conteúdo do Terceiro Segredo numa folha de papel, meteu-a num envelope e enviou-o ao Bispo de Leiria, D. José da Silva. Nos termos de um acordo entre a Irmã Lúcia e o Bispo, a carta devia ser revelada até 1960, o mais tardar. Antes desta data, em 1957, o envelope, ainda fechado, foi transferido para o Vaticano, onde foi depositado num cofre nos aposentos papais.
Consagrações que não satisfaziam
Entretanto, a Irmã Lúcia continuou a fazer por que a Consagração se fizesse exactamente como fora pedida. Em 1946, explicou numa entrevista que a Consagração geral do mundo ao Imaculado Coração, que o Papa Pio XII fizera em 1942, não era satisfatória, porque não foi a Consagração específica da Rússia e fez-se sem a união ao Papa de todos os Bispos Católicos. Em 1952, o Papa mencionou a Rússia noutra Consagração, mas a cerimônia não foi feita em união com todos os Bispos do mundo. Parece evidente que Pio XII não fora informado deste pormenor, que está indicado explicitamente nas memórias da Irmã Lúcia.

A Irmã Lúcia fala outra vez?
Num encontro com o Padre Agustín Fuentes, Postulador da Causa da Beatificação de Francisco e Jacinta Marto, a Irmã Lúcia sublinhou que havia o risco de aniquilamento de nações no mundo, e que muitas almas iam para o inferno em resultado de se ignorar o pedido de Nossa Senhora. Esta entrevista foi largamente difundida em inglês e espanhol em 1958, com a aprovação do Bispo de Fátima.

Um grande desapontamento
Em 1960, chegou a altura de ser revelado o Terceiro Segredo. Dezenas de milhões de pessoas ficaram desapontadas quando o Vaticano decidiu não o fazer, acrescentando que ficaria provavelmente para sempre “sob sigilo absoluto.”





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