Os Primeiros Escritos sobre Fátima - Apóstolo de Fátima Padre Formigão

Cônego Manuel Nunes Formigão

O apóstolo de Fátima, sem dúvida o maior e mais importante, foi o "Visconde de Montelo", pseudônimo do cônego Manuel Nunes Formigão, mais conhecido e citado como Sr. Formigão, laureado em Teologia e Direito Canônico, devoto do “milagre” de Lourdes, onde se comprometeu, “aos pés da Virgem, a divulgar a devoção mariana em Portugal”. Considerado “uma trombeta de Deus” pelo arcebispo D. Manuel Mendes da Conceição, era tratado como o "apóstolo de Fátima", e mesmo, imagine-se, como o “quarto ‘pastorinho’ de Fátima”. Sob o pseudônimo de "Visconde de Montelo", o Sr. Formigão escreveu vários livros para edificação dos milagres da Cova da Iria, nomeadamente: As grandes maravilhas de Fátima(1927); Fátima, o Paraíso na Terra(para ajudar na construção da primeira basílica); A Pérola de Portugal(1931); Fé e Pátria(1936). É significativo o que sobre ele escreveu o segundo bispo de Leiria, D. João Pereira Venâncio: Através da sua ação e da sua pena ao serviço da Igreja e dos acontecimentos de Fátima, o cônego Formigão antecipou-se à Igreja que bem serviu. Depois dos Pastorinhos, o Sr. Formigão foi o instrumento escolhido por Nossa Senhora para garantir a autenticidade de tais acontecimentos.


Primeiro livro publicado no mundo sobre as aparições de Fátima escrito pelo Cônego Formigão, apóstolo de Fátima, sob o pseudônimo de Visconde de Montello.

Descreve as crianças como serranas e analfabetas muito dóceis e simpáticas; Francisco era um menino de dez anos muito frágil, incapaz de mentir. Jacinta era uma menina de seis anos, respondia com tanta clareza e espontaneidade às perguntas, e perguntas difíceis, que marcou, profundamente o Pe. Formigão até ao fim dos seus dias. Lúcia era uma menina muito lúcida para a sua idade.

No Estudo Apologético dos Videntes, O Pe. Formigão escreve. Não se pode duvidar da sinceridade das crianças. Como podiam desempenhar uma comédia três crianças simples e ignorantes, uma de 10 anos de idade, outra de 9 anos e a outra de 6? Como podiam manter as suas afirmativas, apesar das ameaças que lhe faziam, das perseguições de que foram alvo e da prisão que sofreram?

Com a gripe pneumônica que também chega a Portugal atinge o Ribatejo com grande expansão, Francisco e Jacinta são impiedosamente atingidos pela pandemia. Jacinta adoece em Outubro de 1918 e Francisco adoece pouco tempo depois e morre, santamente, em 4 de Abril de 1919.

O Pe. Formigão acompanhou de perto a doença que vitimou a Jacinta. Amou, paternalmente, a vidente, e tudo fez para melhorar a qualidade de vida da sua protegida. No dia 13 de Outubro de 1919 encontrou a pastorinha gravemente enferma em casa, depois de ter passado, sem grandes resultados pelo hospital de Vila Nova de Ourém, sob os cuidados de Dr. Preto.
O corpo esquelético, a magreza dos braços, a pleurisia purulenta provocada por uma broncopneumonia deixou o espírito de Pe. Formigão, completamente abalado. Não mais descansou até conseguir encontrar tratamento para a Jacinta.
Com autorização dos pais da vidente e com a ajuda de três amigos: Dr. Eurico Lisboa (médico oftalmologista), o Barão de Alvaiázere Dr. Luis António Vieira de Magalhães e Vasconcelos e a Madre Maria da Purificação Godinho receberam Jacinta, em meados de Janeiro de 1920. É levada para o Hospital D. Estefânia, cama 30, em Lisboa. Ali recebeu todos os tratamentos possíveis. Mas a doença progride, violentamente, sem responder a qualquer medicamento.
 
Jacinta morre de manhã, dia 20 de Fevereiro de 1920.

Após a sua morte o Pe. Formigão e o seu amigo médico Dr. Eurico Lisboa, fazem todas as diligências para trazer o corpo de Jacinta para Fátima. O corpo foi transportado, por comboio, da estação do Rossio para a estação do Chão de Maçãs e daí, de carro, para o cemitério de Vila Nova de Ourém, onde ficou depositado no jazigo do benemérito Barão de Alvaiázere, Dr. Luis e Vasconcelos, amigo pessoal do Pe. Formigão.

Atualmente o seu corpo está na Basílica, em Fátima. O Sacerdote que estava retido em Santarém, por motivos de força maior, não pôde prestar fisicamente a última homenagem à sua “querida” Jacinta e ficou muito triste. Prestou à família Marto as condolências pelos últimos acontecimentos.




 INTERROGATÓRIO DOS VIDENTES PELO CÔNEGO FORMIGÃO 
(27 DE SETEMBRO DE 1917)

No intuito de completar as impressões colhidas no dia treze do corrente mês de Setembro e habilitar-me com os elementos indispensáveis para fundamentar tanto quanto possível um juízo seguro acerca dos acontecimentos que nos últimos cinco meses se tem desenrolado a três quilômetros ao sul da aldeia de Fatima, no local denominado Cova da Iria, fui pela segunda vez na quinta-feira última, vinte e sete, aquela pitoresca aldeia, graciosamente alcandorada num dos contrafortes da majestosa serra de Minde. Eram três horas da tarde quando me apeei do trem que de Torres Novas me conduzira por Vila Nova d'Ourem á humilde povoação cujo nome é hoje pronunciado como uma promessa de bençãos e graças celestes por dezenas de milhares de lábias de um extremo ao outro de Portugal. O reverendo Pároco, a quem logo procurei, não estava em casa : tinha saído para fora da freguesia e só á noite devia voltar. Pesaroso por não poder trocar com ele algumas palavras sobre o assunto que ali me levava, resolvi ir a casa das crianças favorecidas com aparições da Virgem Santíssima e ouvir da boca delas a narrativa pormenorizada dos estranhos sucessos, cuja notícia tem atraído dia a dia á Fatima um sem número de pessoas de todas as classes e condições sociais. A distância de dois quilômetros da igreja paroquial e do presbitério, num insignificante lugarejo chamado Aljustrel, pertencente á freguesia, ficam situadas as modestas habitações das famílias dos pastorinhos. As duas crianças mais novas estavam ausentes. Dirigi-me a casa da mais velha, onde a mãe me convidou a entrar.
Reproduzo este interrogatório dos videntes, sem alteração de uma vírgula exatamente como o redigi, no dia 29 de Setembro de 1917, em face das notas tomadas. A uma pergunta minha sobre o paradeiro da filha, que eu procurava, respondeu-me que ela andava a vindimar numa pequena propriedade que lhe pertencia e que ficava dois kilomêtros distante. Alguém se prestou logo a ir chama-la de ordem da mãe. Entretanto as duas crianças mais novas, que tinham regressado do campo, sabendo pelas vizinhas que eu lhes desejava falar vieram, ter comigo. São dois irmãos, um menino e uma menina. Chegou primeiro a menina. Chama-se Jacinta de Jesus, tem sete anos de idade e é filha de Manuel Pedro Marto e de Olympia de Jesus. Bastante alta para a sua idade, um pouco delgada sem se poder dizer magra, de rosto bem proporcionado, tez morena, modestamente vestida, descendo-lhe a saia até a altura dos artelhos, o seu aspecto é o de uma criança saudável, acusando perfeita normalidade no seu todo físico e moral. Surpreendida com a presença de pessoas estranhas que me tinham acompanhado e que não esperava encontrar, a principio mostra um grande embaraço, respondendo por monossílabos e num tom de voz quase imperceptível ás perguntas que eu lhe dirijo. Momentos depois aparece o irmão, rapaz de nove anos de idade, que entra com um certo desembaraço no quarto, onde estávamos, conservando o barrete na cabeça, decerto por não se lembrar de que devia descobrir-se. Um sinal que a irmã lhe fez nesse sentido não foi percebido por ele. Convidei-o a sentar-se numa cadeira ao meu lado, obedecendo imediatamente e sem nenhuma relutância. Principiei sem demora a interrogá-lo sobre o que tinha visto e ouvido desde o mês de Maio último na Cova da Iria no dia treze de cada mês durante o tempo da aparição. Entre mim e ele estabeleceu-se o curto diálogo que segue.
-Que é que tens visto na Cova da Iria nos últimos
meses?
-Tenho visto Nossa Senhora.
-Onde é que ela aparece ?
-Em cima duma carrasqueira.
-Aparece de repente ou tu vê-la vir de alguma
parte?
-Vejo-a vir do lado onde nasce o sol e colocar-se
sobre a carrasqueira.
-Vem devagar ou depressa?
-Vem sempre depressa.
-Ouves o que ela diz á Lucia?
-Não ouço.
-Falaste alguma vez com a Senhora? Ela já te dirigiu
a palavra?
-Não, nunca lhe perguntei nada; fala só com a Lucia.
-Para quem olha, também para ti e para a Jacinta ou
só para a Lucia ?
-Olha para todos três; mas olha durante mais tempo
para a Lucia.
-Já alguma vez chorou ou se sorriu?
-Nem uma cousa nem outra; está sempre séria.
-Como está vestida?
-Tem um vestido comprido e por cima um manto
que lhe cobre a cabeça e desce até a extremidade do vestido.
-Qual é a cor do vestido e do manto ?
-É branca, tendo o vestido riscos dourados.
-Qual é a altitude da senhora?
-É a de quem está a rezar. Tem as mãos postas a
altura do peito.
-Traz alguma causa nas mãos?
-Traz entre a palma e as costas da mão direita umas
contas que estão pendentes sobre o vestido.
- Nas orelhas o que tem?
-As orelhas não se vem, porque estão cobertas com
o manto.
-De que cor são as contas?
-São também brancas.
-A Senhora é bonita?
-É sim.
-Mais bonita do que aquela menina que tu ali vês?
-Mais.
-Mas a senhoras muito mais bonitas
-É mais bonita que qualquer pessoa que eu visse.
Concluído o interrogatório do Francisco, chamei de
parte a Jacinta, que andava a brincar na rua com outras
crianças, fi-la sentar num banquinho ao pé de mim e submeti-a também a um interrogatório, logrando obter dela respostas completas e minuciosas como as do irmão.
-Tens visto Nossa Senhora no dia treze de cada mês
desde Maio para cá?
-Tenho visto.
-Donde é que ela vem?
-Vem do céu, do lado do sol.
-Como está vestida?
-Tem um vestido branco, enfeitado a ouro, e na cabeça
um manto também branco.
-De que cor são os cabelos ?
-Não se lhe veem os cabelos, que estão cobertos
com o manto.
-Traz brincos nas orelhas?
-Não sei, porque também não se lhe veem as orelhas.
-Qual é a posição das mãos ?
-As mãos estão postas á altura do peito, com os
dedos voltados para cima.
-As contas estão na mão direita ou na mão esquerda?
A esta pergunta a criança responde primeiro que estavam
na mão direita, mas em seguida, devido a uma insistência
propositada e capciosa da minha parte, mostra·se
perplexa e confusa, não sabendo precisar bem qual das
suas mãos correspondia á mão com que na Aparição segurava o Rosário.
-O que foi que Nossa Senhora recomendou á Lucia
com mais empenho ?
-Mandou que rezássemos o terço todos os dias.
-E tu reza-lo ?
-Rezo-o todos os dias com o Francisco e com a
Lucia.
Meia hora depois de terminado o interrogatório de
Jacinta, aparece Lucia de Jesus. Vinha, como já
disse, de uma pequena propriedade de sua família, situada a dois kilomêtros de distância, onde tinha estado a vindimar.
Mais alta e mais nutrida que as outras duas crianças, de tez mais clara, robusta e saudável, apresenta-se de ante de mim com um desembaraço que contrasta singularmente com o acanhamento e a timidez excessiva da Jacinta. Singelamente vestida como esta, a sua atitude não denota e o seu rosto não traduz nenhum sentimento de vaidade nem tão pouco de confusão. Sentando-se, a um aceno meu, numa cadeira, ao meu lado, presta-se da melhor vontade a ser interrogada sobre os acontecimentos de que ela é a principal protagonista, sem embargo de se sentir visivelmente fatigada e abatida, mercê das visitas incessantes que recebe e dos inquéritos repetidos e prolongados a que é submetida. filha de Antonio dos Santos, de cinquenta anos de idade, e de Maria Rosa, de quarenta e oito anos, tem um irmão e quatro irmãs, todos mais velhos do que ela: Maria, de vinte e seis anos, já casada, Theresa de vinte e quatro, Manuel, de vinte e dois, Gloria, de vinte, e Carolina, de quinze. Completou dez anos de idade em vinte e dois de março do corrente ano. Tinha oito anos quando fez a sua primeira comunhão. A mãe, tipo da mulher cristã e da boa dona de casa, entregue ás lides domésticas, procurou sempre inspirar aos filhos o santo temor de Deus elevá-los ao cumprimento de todos os seus deveres morais e religiosos. Altamente preocupada com os sucessos que atraem a todo o momento as atenções de milhares de pessoas para a sua pobre habitação, até ha pouco tempo ignorada do mundo, nota-se desde logo que o seu espírito hesita, numa ansiedade inquieta, entre a esperança de que sua filha seja realmente privilegiada com a aparição da Virgem e o receio de que ela seja vítima de uma alucinação que lhe traga desgostos e cubra de ridículo toda a sua família. A uma pergunta minha acerca da piedade da sua Lucia, responde que não acha nela nada de extraordinário neste particular, vendo-a rezar da mesma forma e com o mesmo fervor que antes das aparições, exatamente como fazem as suas irmãs. Dou principio ao interrogatório da vidente.
-É verdade que Nossa Senhora te tem aparecido
no local chamado Cova da Iria ?
-É verdade.
-Quantas vezes já te apareceu ?
-Cinco vezes, sendo uma cada mês.
-Em que dia do mês?
-Sempre no dia treze, exceto no mês de Agosto, em
que fui presa e levada para a vila (Villa Nova d'Ourem)
pelo senhor administrador. Nesse mês só a vi alguns dias
depois, a dezenove, no sitio dos Valinhos.
-Diz se que a Senhora te apareceu também o ano
passado. Que ha de verdade a este respeito?
-O ano passado nunca me apareceu, nem antes de
Maio deste ano ; nem eu disse isso a pessoa alguma, porque não era exato.
-Donde é o que vem? Das bandas do nascente ?
-Não sei ; não a vejo vir de parte alguma; aparece
sobre a azinheira e quando se retira é que toma a direção
do ponto do céu em que nasce o sol.
-Quanto tempo se demora? Muito ou pouco?
-Pouco tempo.
-O suficiente para se recitar um Padre Nosso e uma
Ave Maria, ou mais?
-Mais, bastante mais, mas nem sempre o mesmo
tempo; talvez não chegasse nunca para rezar o terço.
-Da primeira vez que a viste não ficaste assustada ?
-fiquei, e tanto assim que quiz fugir com a Jacinta e
o Francisco, mas ela disse-nos que não tivéssemos medo, porque não nos faria mal.
-Como é que está vestida?
-Tem um vestido branco, que desce quase até aos
pés, e cobre-lhe a cabeça um manto da mesma cor e do
mesmo comprimento que o vestido.
-0 vestido não tem enfeites?
-Veem se nele, na frente, dois cordões dourados que
descem do pescoço e se reúnem por uma bola também
dourada á altura do meio do corpo.
-Tem algum cinto ou alguma fita ?
-Não tem.
-Qual das mãos segura as contas?
-A mão direita.
--Eram um terço ou um Rosário ?
-Não reparei bem.
-Terminavam por uma cruz?
-Terminavam por uma cruz branca, sendo as contas
também brancas. A cadeia era igualmente branca.
- Perguntaste-lhe alguma vez quem era?
-Perguntei, mas declarou que só o diria a treze de
Outubro.
-Não lhe perguntaste donde vinha?
- Perguntei donde era e ela respondeu-me que era.
do Céu.
-E quando foi que lhe fizeste essa pergunta ?
-Da segunda vez, a treze de Junho.
-Sorriu-se alguma vez ou mostrou-se triste ?
-Nunca se sorriu nem se mostrou triste, mas sempre
séria.
-Recomendou-te, e aos teus primos, que rezassem
algumas orações?
-Recomendou-nos que rezassem o terço em honra
de Nossa Senhora do Rosário, afim de se alcançar a paz
para o mundo.
-Mostrou desejos de que no dia treze de cada mês
estivessem presentes muitas pessoas durante a aparição
na Cova da Iria?
-Não disse nada sobre esse assunto.
-É certo que te revelou um segredo, proibindo que
o descobrisses a quem quer que fosse?
-É certo.
-Diz respeito só a ti ou também aos teus companheiros?
-A todos três.
-Não o podes manifestar ao menos ao teu confessor?
A esta pergunta guardou silêncio, parecendo um tanto
enleada, e julguei não dever insistir repetindo a pergunta.
-Consta que, para te veres livre das importunações
do senhor administrador no dia em que foste presa, lhe
contaste, como se fosse o segredo, uma causa que o não
era, enganando-o assim e gabando-te depois de lhe teres
pregado essa partida : é verdade ?
-Não é; o senhor administrador quiz realmente que
eu lhe revelasse o segredo, mas, como não o podia dizer a ninguém, não lh'o disse, apesar de ter insistido muito comigo para que lhe fizesse a vontade. O que fiz foi contar tudo o que a Senhora me disse, exceto o segredo, e talvez por esse motivo o senhor administrador ficasse julgando que eu lhe tinha revelado também o segredo.
Não o quiz enganar.
-A Senhora mandou-te aprender a ler ?
-Mandou, sim, da segunda vez que apareceu.
-Mas, se ela disse que te levaria para o Céu no mês
de Outubro próximo, para que te serviria aprenderes a ler?
-Isso não é verdade: a Senhora nunca disse que me
levaria para o Céu em Outubro, e eu nunca afirmei que
ela,me tivesse dito tal causa.
-O que declarou a Senhora que se devia fazer ao dinheiro
que o povo deposita ao pé da azinheira na Cova da Iria?
-Disse que o devíamos colocar em dois andores, levando
eu, a Jacinta e mais duas meninas um deles, e o
Francisco, com mais três rapazes, o outro, para a igreja da freguesia. Parte desse dinheiro seria destinado ao culto e festa da Senhora do Rosário e a outra parte para ajuda duma capela nova.
-Onde quer a Senhora que se edifique a capela?
Na Cova da Iria ?
-Não sei,ela não o disse.
-Estás muito contente por Nossa Senhora te ter aparecido?
-Estou.
-No dia treze de Outubro Nossa Senhora virá só ?
-Vem também São José com o Menino, e pouco
tempo depois será concedida a paz ao mundo.
-Nossa Senhora fez mais alguma revelação ?
-Declarou que no dia treze de Outubro fará um milagre
para que todo o povo acredite que ela realmente aparece.
- Por que razão não raro baixas os olhos deixando de
fitar a Senhora?
-É que ela ás vezes cega.
-Ensinou-te- alguma oração ?
-Ensinou, e quer que a recitemos depois de cada
mistério do Rosário.
-Sabes de cor essa oração?
-Sei.
-Dize lá . . .
-O' meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno e levai as alminhas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem

Primeira redação manuscrita do interrogatório de 13 de Outubro de 1917



Primeiras folhas do interrogatório à vidente Lúcia, realizado depois da última aparição, por volta das 19H00, em casa da família Marto

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