“Quem quer que morra usando este Escapulário
não sofrerá o fogo eterno.” – palavras de Nossa Senhora a S. Simão Stock. Eis a promessa extraordinária que Nossa
Senhora faz a quem usar o Seu Escapulário Castanho. E esta promessa maravilhosa
faz do Escapulário o sacramental mais poderoso que a misericórdia do Céu nos
concedeu. Quem poderia duvidar da promessa de Nossa Senhora, ou ser tão louco
que não usasse, com a gratidão e a reverência mais profundas, esta forma
abreviada do Manto Carmelita? Esta veste de graça — duas simples peças de lã
castanha usadas sobre os ombros — é um sinal tangível do amor e da proteção
que a nossa Mãe Santíssima dedica aos Seus devotos. Devemos beijar devotamente
o Escapulário quando nos levantamos de manhã, e de cada vez que pomos um
Escapulário novo a substituir um que esteja gasto ou danificado. Por este gesto
de reverência, recebemos 500 dias de indulgência e recordamo-nos de pedir a
Nossa Senhora: “Livrai-nos hoje do pecado e das ocasiões de pecar.”
Usar o Escapulário é uma
forma de consagração Usar o Escapulário de Maria é uma forma de nos
consagrarmos ao Seu serviço. Uma consagração coloca de parte uma pessoa ou uma
coisa para uma finalidade sagrada. Todos os Católicos deviam consagrar-se a
Maria.
Nossa Senhora de Fátima, em
13 de Outubro de 1917, segurava na mão o Escapulário Castanho, fazendo os três
pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco, compreender que Ela quer que todos
usemos o Escapulário. Numa carta de 1936, escrita em Pontevedra, a Irmã Lúcia
citou Nosso Senhor, quando disse que queria a devoção ao Imaculado Coração da
Sua Mãe a par da devoção ao Seu Sagrado Coração. Assim, a consagração a Maria,
como meio para Lhe dar maior honra e amor, é a vontade de Deus para nós, e não
diminui de modo nenhum a Sua glória.
“Um dia, através do Rosário e do Escapulário, salvarei o mundo,”
disse a Santíssima Virgem Maria a S. Domingos. Nossa Senhora de Fátima, durante
o Milagre do Sol em 13 de Outubro de 1917, segurava o Escapulário Castanho. Ela
quer que todos nós o usemos sempre e que rezemos pelo menos o Terço do Santo
Rosário todos os dias. Todos os Papas, desde o ano 1280, usaram o Escapulário
Castanho de Nossa Senhora do Carmo.
Só por usar o Escapulário,
dizemos a Maria que A veneramos, que A amamos e que confiamos n’Ela em todos os
momentos do dia. Santo Afonso disse: “Agrada a Maria Santíssima ver que os Seus
servos usam o Seu Escapulário como marca de se terem dedicado ao Seu serviço e
de serem membros da Família da Mãe de Deus.”
História do Escapulário Castanho
A devoção do Escapulário vem do tempo do
profeta Elias (Terceiro Livro dos Reis). O povo estava então a adorar Baal (o
demônio). Para que o povo se voltasse para Deus, Elias rezou para vir uma seca,
que o povo compreenderia que era um sinal do descontentamento divino. Depois de
não ter chovido durante três anos e meio, Elias subiu ao Monte Carmelo (na
Palestina) e pediu a Deus que mandasse chuva. Passou algum tempo a rezar e
depois enviou um companheiro, a ver se vinha chuva. O companheiro desceu o
monte, olhou para o mar e voltou para Elias, dizendo-lhe que não via chuva.
Então Elias rezou novamente e depois mandou o seu companheiro ver o mar; mais
uma vez, não avistou chuva. Elias rezou seis vezes, sem que viesse chuva, e
então rezou uma sétima vez. E desta vez, quando o homem desceu a montanha, viu
uma nuvenzinha em forma de pé a sair do mar. E esta nuvem cresceu até cobrir
toda a terra. E dessa nuvem começou a cair chuva. Elias compreendeu que essa
nuvem representava A que havia de ser a Mãe de Deus, a Santíssima Virgem Maria.
A nuvem tinha a forma de um pé, e ele conhecia a profecia do Génesis, de que a
Mulher esmagaria a cabeça da serpente com o Seu pé. S. Boaventura diz-nos que
cada página do Antigo Testamento fala da Santíssima Virgem, de uma maneira ou
de outra. Pessoas santas disseram-nos que há mais duas razões para essa nuvem
representar a Santíssima Virgem:
1) Porque o mar era de água
salgada mas a nuvem era de água doce. A nuvem representava a Imaculada Conceição
de Nossa Senhora. A Santíssima Virgem nasceu da humanidade pecadora, mas
distinguiu-se por ser concebida sem pecado;
2) A nuvem também
representava a Santíssima Virgem como Mediadora de Todas as Graças. A água da
chuva representa a graça. A chuva que caiu sobre toda a terra seca veio de uma
só nuvem. Veio através da Mediadora de Todas as Graças. Elias, como profeta que
era, decidiu comemorar este acontecimento, fundando uma comunidade de eremitas
no Monte Carmelo para preparar a vinda do Salvador e da Sua Mãe, a Santíssima
Virgem Maria.
O Manto de Elias é mencionado nas
Sagradas Escrituras
Uma vez, quando Elias quis
atravessar o rio Jordão, tirou o seu Manto, tocou no rio com o Manto e o rio
deixou de correr, para ele poder atravessar (4 Reis 2:8). Na altura em que
Elias ia ser arrebatado ao Céu, o seu sucessor Eliseu pediu-lhe o espírito
profético. Elias disse-lhe: “Se te deixar o meu Manto, saberás que vais receber
este espírito profético.” As Sagradas Escrituras contam-nos que, quando o carro
de chamas veio levar Elias para o Céu, separou Elias de Eliseu. E então, Eliseu
apanhou o Manto que Elias tinha deixado (4 Reis 2:13). No Pentecostes, 10 dias
depois de Jesus ter subido ao Céu, os descendentes espirituais de Elias e os
seus seguidores desceram do Monte Carmelo. Foram estes os primeiros a aceitar a
mensagem do Cristianismo e a ser batizados pelos Apóstolos. Quando foram, por
fim, apresentados a Nossa Senhora e ouviram doces palavras dos Seus lábios,
foram dominados por um sentido de majestade e santidade que nunca mais esqueceram.
Voltaram ao seu monte santo, e lá construíram a primeira capela a ser feita em
honra da Santíssima Virgem Maria. A partir desse momento, a devoção à Mãe de
Deus ficou a ser o precioso legado espiritual dos eremitas do Monte Carmelo.
Foi ao sucessor destes eremitas do Monte Carmelo que Nossa Senhora apareceu,
séculos mais tarde. A comunidade tinha acabado de ser transferida em 1241 do
Monte Carmelo, na Palestina, para Aylesford, na Inglaterra. S. Simão Stock foi
elevado em 1245 a Superior Geral da Ordem masculina. Acabrunhado por todas as
perseguições externas e as dissensões internas daquele tempo, S. Simão Stock,
que já tinha 90 anos, retirou-se para a solidão da sua cela. Em 16 de Julho de
1251 abriu o seu coração à Santíssima Virgem Maria — a Flor do Monte Carmelo —
pedindo-Lhe que o ajudasse e a todos os Carmelitas. Nossa Senhora apareceu-lhe
então, acompanhada por uma multidão de anjos, tendo nas Suas mãos o Escapulário
da Ordem, e disse: “Será este o privilégio para ti e para todos os Carmelitas:
quem quer que morra usando isto [o Escapulário] não sofrerá o fogo eterno.”
1 O Escapulário Carmelita
completo é feito de lã castanha, tem cerca de 35 centímetros de largura, e
usa-se até aos joelhos, tanto à frente como atrás. S. Simão estabeleceu a Confraria
do Monte Carmelo pouco depois desta aparição, e assim a promessa da salvação
eterna foi alargada aos membros da Confraria Carmelita que morressem usando o
Escapulário Carmelita. O Papa Urbano IV, em 1262, conferiu bênçãos especiais a
estes membros da Confraria.
2 A forma abreviada do
Escapulário já existia por volta do ano 1276, como se pode ver pelo pequeno
Escapulário, ainda existente, do Papa Gregório X, que morreu naquele ano e foi
sepultado usando o seu Escapulário. Quinhentos e cinquenta e quatro anos mais
tarde, em 1830, este foi encontrado intacto na sua sepultura, e conserva-se
hoje no museu de Arezzo (Itália).
Sinal de salvação e de proteção
Usar o Escapulário Castanho
é um sinal de predestinação, da mesma maneira que rezar o Santo Rosário é um
sinal de predestinação. Em 16 de Julho de 1251, Nossa Senhora deu o Escapulário
Castanho a S. Simão Stock. Em 16 de Julho de 1858, na 18ª e última aparição de
Nossa Senhora em Lourdes, Ela apareceu a Bernadette, vestida como Nossa Senhora
do Carmo.
O Escapulário representa
também a proteção de Nossa Senhora e o Seu cuidado conosco. Ela prometeu a S.
Simão Stock: “Será um sinal de salvação, uma proteção contra o perigo e uma
garantia de paz. Quem quer que morra usando este Escapulário não sofrerá o fogo
eterno.”
O Escapulário usado pelos
leigos consiste em duas peças de lã castanha juntas por fitas, fios, cordéis ou
cadeias. É a veste de Nossa Senhora. Ao usarmos o Escapulário, colocamo-nos sob
o Seu Manto.
Nossa Senhora mostrou-nos o
Escapulário em Fátima, querendo que nós todos o usássemos e o oferecêssemos aos
outros. Santo Afonso disse-nos: “Os hereges modernos troçam do uso do
Escapulário. Desvalorizam-no como se fosse um disparate sem importância.” Mas
nós sabemos que muitos Papas aprovaram-no e recomendaram-no. Dois grandes
fundadores de Ordens Religiosas, Santo Afonso dos Redentoristas e S. João Bosco
dos Salesianos, eram devotos de Nossa Senhora do Carmo e ambos usavam o Seu
Escapulário Castanho. Quando morreram, foram sepultados com as suas vestes
sacerdotais e o Escapulário. Quando, muitos anos mais tarde, as sepulturas
foram abertas, os corpos e as vestes sagradas com que tinham sido sepultados
estavam reduzidos a pó. MAS O ESCAPULÁRIO CASTANHO QUE CADA UM DELES USAVA
ESTAVA PERFEITAMENTE INTACTO. O Escapulário de Santo Afonso está exposto no seu
Mosteiro em Roma.
Milagres do Escapulário Castanho
A devoção ao Escapulário
Castanho foi autorizada por milagres. Deus usa os milagres como testemunho da
verdade das Suas promessas e das da Sua Mãe. Os milagres são usados por Deus
para confirmar os fundamentos sólidos das devoções que a Igreja propõe aos
fiéis. Quanto maior for o número de milagres obtidos por uma devoção em
particular, tanto mais chama a nossa atenção para a mesma devoção, e autentica
a verdade em como essa prática é agradável a Deus. De todas as devoções adotadas
pela Igreja, nenhuma foi confirmada por mais milagres autenticados do que a do
Escapulário Castanho.
Milagres de Graça Um
sacerdote contou que um dia, numa cidade perto de Chicago, foi chamado à
cabeceira de um homem que há muitos anos andava afastado dos Sacramentos. “O
homem não queria ver-me: não queria falar. Então pedi-lhe que olhasse para o
pequeno Escapulário que eu estava a segurar. ‘Se eu lho colocar, usá-lo-á? Não
peço mais que isso.’ Ele concordou em usá-lo, e dentro de uma hora quis
confessar-se e fazer as pazes com Deus. Isto não me surpreendeu, porque há mais
de 700 anos Nossa Senhora tem agido assim através do Seu Escapulário.”
No mesmo dia em que Nossa
Senhora deu o Escapulário a S. Simão Stock, este foi chamado à pressa por Lord
Peter de Linton: “Venha depressa, Senhor Padre, que o meu irmão está a morrer
em desespero!” S. Simão Stock foi logo ter à cabeceira do moribundo. Ao chegar,
colocou sobre o homem o seu Escapulário grande, pedindo à nossa Mãe Santíssima que
cumprisse a Sua promessa. O homem arrependeu-se imediatamente, e morreu na
graça de Deus. Naquela noite, o defunto apareceu ao irmão e disse-lhe: “Fui
salvo pela Rainha mais poderosa e por ter como escudo o hábito daquele homem.”
Milagres
que demonstram a promessa de proteção de Nossa Senhora
Um dia em 1944, um
missionário carmelita na Terra Santa foi chamado a um campo de internamento
para dar os Últimos Sacramentos. O motorista do autocarro, um árabe, mandou o
sacerdote sair a sete quilômetros do campo, porque a estrada enlameada era
perigosa. Passados três quilômetros, o missionário sentiu que os pés se
afundavam cada vez mais na lama. Ao tentar alcançar terreno sólido, escorregou
e caiu numa lagoa enlameada. Sentindo-se afundar até à morte naquele lugar
desolador, pensou em Nossa Senhora e no Seu Escapulário. Beijou o seu
Escapulário grande — porque tinha vestido o seu hábito completo — e olhou para
o monte santo do Carmelo, onde nascera a devoção à Mãe de Deus. E exclamou:
“Santa Mãe do Carmelo! Ajudai me! Salvai-me!” Um momento depois, sentiu-se em
terreno firme. Disse mais tarde: “Sei que fui salvo pela Virgem Santíssima,
através do Seu Escapulário Castanho. Perdi os meus sapatos dentro daquele lodo,
todo eu estava coberto de lama, mas consegui ainda andar os quatro quilômetros
que me faltavam, dando louvores a Nossa Senhora.”
Salvo
do mar
Outro milagre do Escapulário deu-se em 1845.
Para o fim do Verão daquele ano, o navio britânico “Rei do Oceano”, a caminho
da Austrália, encontrou-se no meio de um furacão, não muito longe do Cabo da
Boa Esperança. Enquanto o vento e o mar fustigavam sem piedade o navio, um
pastor protestante, com a sua mulher e filhos e outros passageiros, esforçou-se
para chegar ao convés para pedir misericórdia e perdão, porque o fim parecia
aproximar-se. Havia entre a tripulação um jovem irlandês, John McAuliffe. Vendo
quão urgente era a situação, abriu a camisa, tirou o seu Escapulário e, fazendo
com ele o Sinal da Cruz por sobre as ondas furiosas, atirou-o para o mar.
Naquele momento, o vento acalmou. Só mais uma onda varreu o convés, trazendo o
Escapulário, que ficou aos pés do jovem. O pastor tinha observado
cuidadosamente as ações de McAuliffe e o efeito milagroso das mesmas ações.
Quando interrogou o jovem, este falou-lhe de Nossa Senhora e do Seu
Escapulário. O Sr. Fisher e a sua família decidiram converter-se à Igreja
Católica o mais depressa possível, para assim gozarem da mesma proteção do
Escapulário de Nossa Senhora. E assim fizeram, pouco depois de terem
desembarcado na Austrália.
Salvo
do fogo
Em Maio de 1957, um padre
carmelita na Alemanha publicou uma história invulgar, de como o Escapulário
salvou do fogo uma casa. Uma série de casas pegaram fogo em Westboden, na
Alemanha. Os piedosos habitantes de uma casa no meio desta série, vendo o fogo
que avançava, prenderam imediatamente um Escapulário à porta principal da casa.
As fagulhas voaram por cima dela e à volta dela, mas a casa não sofreu. Em
cinco horas, 22 casas foram reduzidas a cinzas. A única estrutura que não foi
danificada, no meio de tanta destruição, foi a que tinha o Escapulário preso à
porta. As centenas de pessoas que foram ver a casa que Nossa Senhora tinha
salvo são testemunhas oculares do poder do Escapulário e da intercessão da
Santíssima Virgem Maria.
“O
Rosário e o Escapulário são inseparáveis.”
Salvo
de uma explosão
Em 1955, deu-se um milagre
na região do Médio Oeste dos Estados Unidos. Um rapazinho de 8 anos parou numas
bombas de gasolina para encher os pneus da bicicleta, e naquele preciso momento
deu-se uma explosão. A roupa do menino ficou queimada, mas o seu Escapulário
Castanho não foi afetado: era um símbolo da proteção de Maria. Hoje, já homem,
embora ainda tenha algumas cicatrizes da explosão, tem uma razão especial para
se recordar da proteção da Mãe Santíssima numa altura de perigo.
Salvo
num desastre de avião
Um missionário jesuíta na
Guatemala contou o seguinte incidente da proteção do Escapulário de Nossa
Senhora. Em Novembro de 1955, um avião que transportava 27 passageiros caiu.
Quando uma menina sentiu que o avião ia cair, segurou o seu Escapulário e pediu
a ajuda de Maria. Sobreviveu com algumas queimaduras, a sua roupa foi reduzida
a cinzas, mas o Escapulário não foi tocado pelas chamas.
Salvo
de uma bala
Contou-se o seguinte em
França: Quando a cidade de Montpellier estava a ser cercada, em 1622, deu-se um
milagre perante todo o exército e sob a vista do Rei de França, Luís XIII. Num
ataque geral, um dos seus oficiais, Champrond de Beauregard, foi atingido por
uma bala no peito. A bala devia ter sido fatal, mas, depois de penetrar na
roupa, achatou-se contra o Escapulário, sem fazer qualquer mal ao oficial.
Espantado com este milagre, o oficial contou-o a todos os que estavam junto
dele. E estes, que foram testemunhas desta maravilha, espalharam a notícia por
todo o exército. Finalmente, a notícia do milagre chegou aos ouvidos do
Monarca. Luís XIII foi ver a maravilha sobre que lhe tinham chamado a atenção.
Examinou os fatos com grande cuidado, e depois de se ter convencido com os seus
próprios olhos da realidade deste prodígio, quis investir-se nesta armadura
celestial, receber o Escapulário das mãos dos Carmelitas.
Salvo
de um relâmpago
Em 27 de Agosto de 1602, um soldado espanhol,
Bartolomé López, em serviço no Castelo de Sant’Elmo, em Nápoles, estava a rezar
em honra de Nossa Senhora do Carmo, Cujo Escapulário usava, quando, de repente,
caiu um relâmpago, enquanto o trovão soou como uma explosão. O relâmpago
tocou-lhe no ombro e, sem lhe fazer qualquer mal, lá deixou a figura de uma
cruz — como sinal de salvação que demonstrava que tinha sido poupado dos
efeitos terríveis do relâmpago devido a uma ajuda especial do Céu.
Milagre
de Graça
Em 1834, um velho soldado
que vivia em Angoulême, na França, sentindo-se já incapaz de aguentar certas
mágoas, resolveu suicidar-se. Decidiu matar-se com veneno, pensando que assim
podia esconder mais facilmente do público o seu crime. Depois de ingerir o
veneno, não teve que esperar muito para lhe sentir os efeitos. Foi
imediatamente ao hospital e pediu para passar lá a noite, pensando que a causa
da sua morte não seria descoberta e que o seu nome não ficaria manchado pela
cobardia de ter cometido o pecado do suicídio. Mas o responsável pelo hospital
não deixou que lhe dessem baixa sem ter um passe da administração — o que
significava que iriam descobrir que a sua morte a aproximar-se tinha sido pela
sua mão. O infeliz soldado teve que desistir da ideia de passar a noite no
hospital. Quando estava a pensar no que haveria de fazer, ouviu de repente uma
voz a dizer-lhe que fosse à igreja de S. Pedro e se confessasse ao Padre ***. O
soldado foi à igreja designada e pediu ao Padre que o confessasse. O Padre, que
estava cheio de fadiga, disse-lhe que esperasse — estavam na Quaresma, eram
três horas da tarde e ainda não tinha comido nada. O infeliz soldado repetiu o
seu pedido e garantiu ao padre que não havia tempo a perder. O padre entrou no
confessionário, onde o penitente lhe disse que se tinha envenenado. O confessor
explicou-lhe a sua obrigação perante Deus, que incluía divulgar o segredo do
penitente. O soldado, tocado por esta graça, deu licença ao padre, e, tal como
o fogo que lhe queimava as entranhas, o sofrimento que sentia levou-o a um
estado de desânimo completo. O caridoso padre tirou-o do confessionário e
levou-o ao hospital. Pediu imediatamente um antídoto, mas, enquanto o
preparavam, tomou o pulso do doente e não sentiu nenhum; um aspecto de palidez
mortal, olhos enevoados — tudo indicava uma morte próxima. Com o coração
trespassado de tristeza, mas cheio de confiança na Misericórdia Divina, o
piedoso sacerdote ajoelhou-se e rezou a Ladainha de Nossa Senhora. À primeira
invocação, sentiu que o pulso do moribundo voltava, e pouco depois ouviu o soldado
dizer algumas palavras. ‘Ó meu bom Padre,’ disse numa voz fraca, ‘meu Padre,
reze, reze mais!’ Respirou fundo e disse: ‘Santa Maria, orai por mim!’ E voltou
depressa a estar consciente. O Padre ***, entusiasmado por uma mudança tão
maravilhosa, perguntou ao soldado se não fazia algumas práticas piedosas —
‘Não, meu Padre, já há muito tempo que não rezo.’ Mas, depois de pensar por um
instante, mostrou um Escapulário: ‘Aqui está o único sinal piedoso que
conservei.’ — ‘Ah! Meu amigo,’ disse o padre, ‘já não me surpreende o milagre
que acabou de se dar; foi Maria Quem o protegeu, é a Ela que deve o fato de
estar vivo.’ Entretanto chegou o médico e, tenho ouvido os pormenores
necessários sobre o estado do doente, assegurou-lhes que só um poder superior
podia ter-lhe prolongado a vida mais de duas horas depois de ter ingerido o
veneno, que era um dos mais activos que se conheciam, e já tinham passado cinco
horas desde esse momento fatal! … O antídoto já não foi necessário. O médico
propôs recolher uma declaração para atestar a verdade do milagre, mas o padre,
na sua humildade, receando que talvez o atribuíssem ao fervor das suas orações,
não quis que o milagre viesse a público, Foi-me contado por outros, para que
tenham uma nova confiança em Maria.
A
promessa completa de Nossa Senhora do Carmo a S. Simão Stock 16 de Julho de
1251:
“Aceita
este Escapulário. Será um sinal de salvação, uma protecção contra o perigo e
uma garantia de paz. Quem quer que morra usando este Escapulário não sofrerá o
fogo eterno.”
Alimentos
obtidos em tempo de fome graças ao Escapulário
No Século XIV, a Espanha
enfrentava um a fome terrível, devido à falta de todo o gênero de cereais.
Organizou-se uma procissão geral, e na parte de Espanha em que o Santo
Escapulário foi levado em triunfo, voltou imediatamente a abundância, o que
trouxe alegria e consolação a todos os corações.
No Século XVI, na Sicília,
houve uma seca que lembrava a que ocorrera nos dias do profeta Elias. O povo
voltou-se para Nossa Senhora, e o Escapulário Castanho foi exposto nas ruas à
veneração do povo, por todo o lado. Subitamente o céu abriu-se, veio a chuva, e
depressa o povo pôde encher os celeiros com abundância.
Contado pelo Padre Michaud
em The Month of Mary e registado no livro Vertu Miraculeuse du Scapulaire,
1869, pp. 30-32. Milagres em combate No ano de 1618, Maximiliano, Duque da
Baviera e General do exército imperial na guerra com Praga, querendo adquirir a
bênção de Deus para as suas tropas, colocou se sob a proteção da Santíssima
Virgem, recebendo o Santo Escapulário com todo o seu exército. Cheio de
confiança neste escudo precioso da Rainha do Céu, deu batalha contra o Príncipe
Palatino, que tinha usurpado a coroa a Fernando II, e alcançou uma vitória
completa, com muito poucas perdas. O Imperador Fernando II, desejando dar
testemunho público da proteção que Nossa Senhora lhe concedera, recebeu o Santo
Escapulário das mãos de um Carmelita Descalço, o Padre Dominique, juntamente
com a Rainha e os Príncipes. Eduardo II, Rei de Inglaterra, tenho ouvido falar
de alguns milagres que tinham acontecido em várias partes do seu reino por
virtude do sagrado Hábito, foi um dos primeiros Príncipes a usar de novo o
Escapulário, e recebeu com devoção esta prova preciosa do amor de Maria. Pouco
tempo depois, experimentou o efeito da proteção da Santíssima Virgem, de Quem
era devoto. O seu exército, que já tinha sofrido duas derrotas, estava à beira
da rendição total. Ele invocou Maria e prometeu-lhe que fundaria um mosteiro da
Ordem do Carmo. Imediatamente, por assistência miraculosa, alcançou uma vitória
completa sobre os seus inimigos, que naquela altura já pensavam ter ganho a
batalha. Eduardo II, querendo perpetuar a memória desta proteção poderosa e
cumprir a sua promessa, ofereceu aos Carmelitas o seu palácio em Oxford para lá
se estabelecer um mosteiro.
Proteção
contra o demônio
Em 2005, um padre estava a
fazer uma conferência sobre o aumento do culto satânico no mundo, e de como
adultos e crianças estão a ser possuídos pelo demônio por causa do uso de coisas
como a tábua de Ouija, dizer o encantamento para abrir a porta ao demoníaco em
“livros para crianças” como a série de Harry Potter, e ir ler a sina, etc.
Quando alguém perguntou ao padre como se havia de proteger do demoníaco, além
do caminho óbvio de evitar coisas que se referem a satanás, o padre respondeu:
“Use o Escapulário Castanho de Nossa Senhora do Carmo como proteção contra as
maldições e o demônio.“ Podemos compreender porque é que o demônio atua contra
quem difundir o Escapulário ao ouvirmos a história do Venerável Francisco Ypes.
Um dia, o seu Escapulário caiu. Quando o tornou a pôr, o demônio uivou: “Tira
esse hábito, que afasta tantas almas de nós!” E ali mesmo, Francisco fez o demônio
admitir que há três coisas de que os demônios têm mais medo: o Santo Nome de
Jesus, o Santo Nome de Maria e o Santo Escapulário do Carmo. Podíamos
acrescentar a esta lista o Santo Rosário.
Um dia uma jovem, antes de entrar na vida
religiosa, foi ver o Santo Cura de Ars, que, durante a conversa, lhe perguntou:
“Lembras-te, minha filha, de um certo baile à noite, em que estiveste? Estava
lá um jovem desconhecido, muito bem parecido, distinto, admirado, e todas as
jovens queriam dançar com ele.” “Sim, e lembro-me que quando ele não me pediu
para dançar, fiquei triste, porque todas as outras jovens tinham tido o
privilégio de dançar com ele.” ”Gostarias de ter dançado com ele, não
gostarias?” “Sim.” “Recordas-te de que, quando esse jovem ia a sair do salão de
baile, viste debaixo dos pés dele duas chamas azuis? E que pensaste que era uma
ilusão dos teus olhos? Quando viste esse jovem deixar o salão de baile, viste
fogo debaixo dos pés dele! Não era uma ilusão dos teus olhos, minha filha.
Aquele homem era um demônio, e se não foi ter contigo a pedir-te que dançasses,
foi por uma razão: estava a usar a veste de Nossa Senhora do Carmo.”
Milagres
de conversão
Até devíamos dar o Escapulário aos
não-Católicos, porque Nossa Senhora trará a conversão a quem o usar e disser
uma Ave Maria todos os dias, como se vê por esta história verdadeira. Um velho
foi levado à pressa para o hospital em Nova Iorque, inconsciente e moribundo. A
enfermeira, vendo que o doente usava o Escapulário Castanho, chamou um padre.
No meio das orações pelo moribundo, este recuperou a consciência e falou:
“Senhor Padre, não sou católico.” “Então porque está a usar o Escapulário
Castanho?” perguntou o padre. “Prometi aos meus amigos que o usaria ,” explicou
o doente, “e que diria uma Ave Maria todos os dias.” “Está para morrer,”
disse-lhe o padre. “Quer fazer-se Católico?” “Toda a minha vida o quis ser,”
respondeu o moribundo. Foi batizado, recebeu os Últimos Sacramentos, e morreu
em paz. Nossa Senhora levou mais uma alma para o Céu sob o Seu Manto, graças ao
Seu Escapulário!
Alguns milagres dos tempos modernos
Um sacerdote contou os dois episódios
seguintes: O primeiro teve lugar por volta de 1980 em Ontário, Canadá, numa
cidadezinha perto de Toronto. “Uma mulher, cujo filho eu tinha há pouco
investido no Escapulário Castanho, disse-me que estava muito grata por eu ter
posto o Escapulário ao filho. Naquele mesmo dia, depois da investidura, saiu
com o filho. “Ela sentou-o no assento de trás, fechou a porta e arrancou. Mas
não tinha fechado bem a porta, e ao fazer uma curva a porta abriu-se e o filho
caiu para a estrada. Ela ficou horrorizada, e quando voltou atrás para o
levantar, descobriu que nem tinha uma arranhadela. Estava, evidentemente, a
usar o Escapulário.” “Um homem de Baltimore contou-me isto cerca de 1990.
Quando estava a guiar o carro, alguém atirou uma pedra à janela, não sabia de
onde. Acertou nos óculos que tinha no bolso da camisa, que caíram no assento do
lado. Como não precisasse dos óculos, deixou-os onde tinham caído. Ao chegar a
casa, lembrou-se dos óculos. Foi buscá-los para os voltar a pôr no bolso, mas
não entravam. Pensou que seria porque ainda tinha a pedra no bolso, e por isso,
foi tirá-la. Mas não era uma pedra, era uma bala. Alguém tinha disparado contra
ele, mas não o feriu. Estava a usar o Escapulário.”
Necessidade
de usar o Escapulário
Durante a Guerra Civil de
Espanha. em 1936-1939, sete comunistas foram condenados à morte pelos seus
crimes. Um padre carmelita tentou prepará-los para morrer, mas eles recusaram.
Em último recurso, levou-lhes cigarros, comida e vinho, assegurando-lhes que
não falaria de religião. Passado algum tempo, já estavam a conversar, e o padre
pediu-lhes um pequeno favor: “Deixam que ponha um Escapulário em cada um de
vocês?” Seis concordaram, mas um recusou. Não tardou que os que aceitaram o
Escapulário se fossem confessar. O sétimo continuou a recusar. Eventualmente,
só para agradar aos seus amigos convertidos, pôs um Escapulário, nas não quis
fazer mais. Chegou a manhã, e, quando se aproximava o momento da execução, o
sétimo homem disse claramente que não ia chamar o padre. Embora usasse o
Escapulário, estava determinado a morrer como inimigo de Deus. Finalmente, foi
dada a ordem, o pelotão de execução fez o seu triste dever, e sete corpos sem
vida ficaram deitados no chão. Misteriosamente, encontrou-se um Escapulário
aproximadamente a 50 passos dos corpos. Seis homens morreram COM o Escapulário
de Maria; o sétimo morreu SEM o Escapulário.
S. Cláudio deu-nos a solução do mistério do
Escapulário perdido: “Perguntarás, ‘E se eu quiser morrer nos meus pecados?’
Responderei: ‘Então morrerás nos teus pecados, MAS NÃO MORRERÁS NO TEU
ESCAPULÁRIO.’” S. Cláudio contou a história de um homem que tentou afogar-se
três vezes. Foi salvo contra a sua vontade. Por fim, lembrou-se de que estava a
usar o Escapulário. Determinado a suicidar-se, tirou o Escapulário do pescoço e
saltou à água. Sem a veste protetora de Maria, cumpriu o seu desejo, e morreu
nos seus pecados.
O Escapulário é uma oração
Maria, a nossa Santa Mãe, ensinou-nos o valor do Escapulário. Quando o usamos
como uma oração, Nossa Senhora atrai-nos ao Sagrado Coração do Seu Divino
Filho.
É bom, portanto, segurar o
Escapulário na mão quando nos dirigimos a Nossa Senhora. Uma oração dita assim,
tendo na mão o Escapulário místico, é uma oração tão perfeita como pode ser. É
especialmente na altura da tentação que precisamos da intercessão poderosa da
Mãe de Deus. O espírito maligno não tem poder quando a pessoa que enfrenta a
tentação usa o Escapulário e, além da sua devoção silenciosa, clama por Maria.
“Se te tivesses recomendado a Mim mais cedo, não terias enfrentado tanto
perigo,” foi a gentil repreensão que Nossa Senhora dirigiu ao Beato Alan. S.
Cláudio de la Colombière disse: “Como todas as formas do nosso amor pela
Santíssima Virgem e todos os seus variados modos de expressão não podem agradar
Lhe igualmente, e portanto não nos ajudam no mesmo grau a chegar ao Céu, digo,
sem hesitar por um momento, que O ESCAPULÁRIO CASTANHO É O MAIS FAVORECIDO DE
TODOS!” E acrescentou: “Nenhuma devoção foi confirmada por maior número de
milagres autênticos do que o Escapulário Castanho.”
A
Medalha do Escapulário
Tem havido centenas de
milagres a favor do Escapulário de tecido, mas nem um a favor da Medalha do
Escapulário. A Medalha do Escapulário foi introduzida como um indulto por S.
Pio X para pessoas que viviam em lugares como o Amazonas, onde a humidade e o
calor fazem com que o Escapulário se estrague depressa, e também para quem não
pudesse usar o Escapulário por motivos de saúde. Mas não ouve nem um milagre a
favor da Medalha do Escapulário. É melhor usar a Medalha do Escapulário do que
não usar nada, mas Nossa Senhora quer que usemos o Escapulário Castanho de
tecido, se pudermos.
Atalho para o Céu
“Até ao fim do mundo!”
balbuciou a pequena Jacinta. “Ela fica no purgatório até ao fim do mundo!” E a
linda Senhora voltou para o Céu, deixando os pastorinhos de Fátima pensativos.
Como é que a jovem, que fora vizinha e amiga, podia estar a sofrer no
purgatório até ao fim do mundo? Só tinha 18 anos quando morreu. Que podia ela
ter feito? Não parecia ter tido uma vida má. “Até ao fim do mundo... no
purgatório!” Esta revelação chocou os pequenos videntes de Fátima. As ideias de
Deus, os caminhos de Deus não são como os nossos. Por isso, não admira que
ninguém pareça concordar com Ele sobre a maneira como dirige o mundo. Porque é
que há tanto sofrimento? Porquês as guerras horríveis e as bombas atômicas? E
porque é que colocou uma pastora, que mal tinha começado a viver, no purgatório
até ao fim dos tempos? Aqui está um ponto curioso. Com tantos crimes e pecados
espetaculares que vemos por todos os lados, um rapazinho ou uma menina
certamente não acharão que vale a pena perder o sono por causa dos seus
“pequenos” pecados. Afinal, porque é que haviam de arreliar-se com uma palavra
feia, alguma desobediência atrevida, ou até mesmo uma olhadela ou duas para
algumas fotos pouco modestas? Os verdadeiros pecadores são os comunistas ateus,
os assassinos malvados, as pessoas que fazem da impureza o seu passatempo. Mas
isso é como NÓS vemos as coisas; e se calhar foi assim que a pastora o
considerou. E ficará no purgatório por muito, muito tempo! Mas, por mais
esforços que fizermos, não podemos evitar todos os pecados veniais. E com um
bocado de inteligência, o tempo no purgatório pode ser reduzido a quase nada.
Tudo o que é preciso é um bilhete com as palavras “Atalho para o Céu”. E também
é fácil de arranjar. Naturalmente, a “linda Senhora” de Fátima, Maria, nossa
Mãe, trata disso. Há setecentos anos, Nossa Senhora deu o Seu Escapulário a S.
Simão Stock, prometendo que quem o usasse à hora da morte teria assegurado o
Céu. Alguns anos mais tarde, Ela voltou mais uma vez, com uma promessa mais
surpreendente: “Eu, a Mãe das Graças, descerei ao purgatório no Sábado a seguir
à morte de quem tiver usado o Meu Escapulário e cumpridas as Minhas duas
condições, e levá-los-ei para o Céu.” Não são as Suas palavras exatas, mas é a
substância delas. Aqui está o seu bilhete: o Escapulário da Santíssima Virgem
Maria! Um velhote que eu conheci foi toda a vida muito devoto de Maria. Na sua
lista de serviços devocionais a Maria destacavam-se as suas práticas do
Escapulário. Durante anos, pediu a Nossa Senhora que o deixasse morrer num
Sábado, o Seu dia especial. Um dia, estava sentado sozinho, no seu apartamento
do terceiro andar, a banhar os seus pés cansados e a rezar o Terço. Quinze
minutos mais tarde, estava morto, com o Terço na mão. O relógio bateu as oito
horas naquela tarde de Sábado!
Quando a conseguir esse
bilhete para si... Incluindo o Escapulário, há três condições:
1)
Ser investido na Confraria do Escapulário, e usar sempre o Escapulário;
2)
Ser puro, observando o 6º e 9º Mandamentos;
3)
Rezar todos os dias o Pequeno Ofício em honra da Santíssima Virgem Maria. (Um
sacerdote autorizado pode alterar isto para a reza quotidiana do Terço.)
Numa das Suas aparições,
Nossa Senhora queixou-se tristemente: “Poucas pessoas alcançam o privilégio que
Eu ofereço, porque não conseguem cumprir as condições.”
Portanto, vamos esclarecer
desde já estes três pequenos pontos, para não desapontarmos a Santíssima Virgem
Maria. A primeira condição, usar sempre o Escapulário, é fácil. O Escapulário
de tecido castanho é o preferido de Maria. Quanto a ser investido no
Escapulário, isto poderá já ter sido feito na sua Primeira Comunhão. Se não
foi, praticamente qualquer padre o pode fazer. A segunda condição que tem que
observar já, em caso de algum pecado de impureza, é arrepender-se de o ter
cometido e confessá-lo, o que o fará novamente digno da promessa do Escapulário
da Santíssima Virgem Maria. Em terceiro lugar, um sacerdote autorizado deve
impor-lhe um dever quotidiano em honra de Maria. Originalmente, para se ganhar
o Privilégio Sabatino, era preciso rezar todos os dias o Pequeno Ofício da
Santíssima Virgem. A Igreja autorizou os sacerdotes a substituir o Pequeno
Ofício pelo Terço quotidiano. O Pequeno Ofício da Santíssima Virgem Maria é uma
oração antiga da Igreja, que consiste sobretudo de salmos e hinos que comemoram
o papel de Maria nos grandes mistérios da nossa Fé. É composto segundo as oito
horas do ofício litúrgico, e leva de 45 minutos a uma hora. É rezado
diariamente em muitas Ordens religiosas, tanto masculinas como femininas.
Autorização para o Privilégio Sabatino
A grande recompensa pessoal
que se pode receber é “O Privilégio Sabatino (ou seja, de SÁBADO)”, que se
baseia numa Bula Papal, emitida em 3 de Março de 1322 pelo Papa João XXII. Este
privilégio é frequentemente compreendido como significando que quem usar o
Escapulário e satisfizer duas outras condições (que, segundo a única cópia
existente da Bula, foram dadas pela Santíssima Virgem Maria, numa aparição ao
Papa João XXII), será LIBERTO DO PURGATÓRIO NO PRIMEIRO SÁBADO A SEGUIR À
MORTE. Todavia, tudo o que a Igreja disse oficialmente para explicar isto, em
várias ocasiões, foi que quem satisfizer as condições do Privilégio Sabatino
será liberto do purgatório, por intercessão de Nossa Senhora, CEDO depois da
morte, e ESPECIALMENTE NO SÁBADO. Esta declaração oficial foi feita pelo Papa
Paulo V. Numa altura em que a origem e a natureza do Privilégio Sabatino
estavam a ser muito contestadas, o Papa disse: “É permitido pregar...que a
Santíssima Virgem ajudará as almas dos Irmãos e Irmãs da Confraria da Santíssima Virgem do Monte Carmelo depois da morte,
por Sua intercessão contínua, pelos Seus sufrágios e méritos e pela Sua proteção
especial, particularmente no Sábado, que é o dia especialmente dedicado pela
Igreja à dita Santíssima Virgem Maria...”
Depois da graça da perseverança
final, esta “proteção especial para depois da morte” é o maior de todos os
benefícios da devoção do Escapulário, com a exceção do benefício essencial da ligação estreita que a devoção do Escapulário
cria entre os nossos corações e o Imaculado Coração de Maria.
Recordamos novamente as
palavras dirigidas pelo Papa Bento XV aos Seminaristas de Roma: “... O
Escapulário da Santíssima Virgem Maria ... goza do PRIVILÉGIO SINGULAR da proteção,
mesmo depois da morte.” Na sua carta de 18 de Março de 1922, comemorando o
sexto centenário do Privilégio Sabatino, o Papa Pio XI disse: “Certamente,
devia ser suficiente exortar apenas todos os membros da Confraria para que
perseverem nos santos exercícios que foram prescrevidos para ganhar as
indulgências a que têm direito, e em especial para ganhar a indulgência que é a
principal e A MAIOR DE TODAS, ou seja, a que é chamada Sabatina.” Em vista disto,
é bom recordar que, para ganhar qualquer recompensa, é preciso um esforço da
nossa parte. Assim sucede com o Privilégio Sabatino. Nossa Senhora prometeu uma
recompensa muito generosa para quem perseverar como Seus filhos especiais sob o
manto protetor do Seu Escapulário. “Fazei saber a nossa vontade e a nossa
exortação...
“Que
se guardem sempre e com grande estima as práticas e exercícios de devoção à
Santíssima Virgem Maria que têm sido recomendados através dos séculos pelo
Magistério da Igreja. E entre elas, achamos bem recordar especialmente o
Rosário Mariano e o uso religioso do Escapulário do Monte Carmelo.”
Fatos
sobre o Escapulário
Só um sacerdote (ou um diácono ordenado com
autorização para tal) pode investi-lo na Confraria do Escapulário Castanho. O
Escapulário Castanho consiste em duas peças de lã castanha, juntas por duas
fitas, fios, cordéis ou cadeias. A cor das fitas, fios ou cordéis não é
importante. O que é importante é que haja duas peças de lã castanha (100% lã). A maioria dos Escapulários
Castanhos têm gravuras das duas peças de lã castanha. Mas estas gravuras não
são necessárias. Bastam as duas peças de lã castanha. Para obter a promessa do
Escapulário, um Católico deve ser investido na Confraria do Escapulário
Castanho, e deve usar o Escapulário Castanho à hora da morte. Para usar o
Escapulário Castanho, é preciso que uma peça de tecido de lã castanho fique
sobre o peito e a outra sobre as costas. O Escapulário é colocado pela cabeça,
de modo a ficarem os fios sobre os ombros, um fio para cada ombro. Se o
Escapulário Castanho ficar gasto ou se rasgar, deve ser tratado com reverência,
queimando-se ou enterrando-se no solo. Se um fio se cortar ou se separar do
Escapulário, este deve ser substituído o mais depressa possível. Cada fio ou
cordão deve ser uma peça contínua a ligar as duas peças de lã castanha, sem
interrupção no tecido ou no fio. Só o primeiro Escapulário usado para a
investidura deve ser benzido pelo sacerdote encarregado da cerimônia. Depois da
investidura, os Escapulários de substituição não precisam de ser benzidos,
porque tanto a bênção como a investidura beneficiam quem as recebe para toda a
vida. Todavia, não há mal em pedir a um sacerdote que benza um Escapulário
novo.
Investidura na Confraria do Escapulário
Castanho
Para receber a promessa do
Escapulário de Nossa Senhora: “Quem quer
que morra usando este Escapulário não sofrerá o fogo eterno,” a Santa Madre
Igreja ensina que um Católico deve ser investido na Confraria do Escapulário
Castanho por um padre católico. Quando um Católico entra na Confraria, é membro
para toda a vida. Se uma pessoa, depois de entrar, deixar de usar o Escapulário
durante muitos anos, pode voltar a usá-lo sem precisar de ser re-investido na
Confraria. Embora qualquer pessoa possa usar o Escapulário Castanho, só os
Católicos podem ser aceites oficialmente na Confraria. Os não-Católicos podem
usar o Escapulário Castanho, que deve ser previamente benzido, pelo que
receberão graças, incluindo graças para a sua conversão. Como é evidente,
precisarão de colaborar com essas graças para obter os respectivos benefícios.
Deve-se explicar aos não-Católicos que um Escapulário deve ser tratado com
reverência e não deve ser deitado fora. Os Escapulários gastos ou danificados
devem ser queimados ou enterrados. Quando uma pessoa é investida no Escapulário
Castanho, o sacerdote começa por benzer o Escapulário. Em seguida, coloca o
Escapulário sobre os ombros da pessoa, de modo a ficar uma peça de lã castanha
sobre o peito e a outra sobre as costas. Ao colocar o Escapulário, o sacerdote
diz o seguinte: “Recebe este Santo Escapulário, e pede à Santíssima Virgem...”
Cerimônia
da Bênção e Investidura do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo
Para uma investidura correta
do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, leve alguma água benta e este folheto
a um sacerdote, e peça-lhe para seguir os procedimentos da cerimônia que
passamos a apresentar.
***
Ritual Romano, publicado sob a autoridade do Papa Pio XI, 1926, p. 589.
Em
latim
Sacerdote: Osténde nobis,
Dómine, misericórdiam tuam.
Respondente: Et salutáre
tuum da nobis.
Sacerdote: Dómine, exáudi
oratiónem meam.
Respondenet: Et clamor meus
ad te véniat.
Sacerdote: Dóminus vobíscum.
Respondente: Et cum spíritu
tuo.
Sacerdote: Orémus. Dómine
Jesu Christe, humáni géneris Salvátor, hunc hábitum, quem propter tuum tuæque
Genitrícis Virginis Mariæ de Monte Carmélo amórem servus tuus (ancílla tua)
devóte est delatúrus (-a) déxtera tua sanctí + fica, ut eádem Genitríce tua
intercedénte, ab hoste malígno defénsus (-a) in tua grátia usque ad mortem
persevéret: Qui vivis et regnas in sæcula sæculórum. Amen
Deinde aspergat Habitum aqua benedicta, et
postea illum imponat personæ, vel personis (cuilibet separatim) dicens:
Accipe (Accípite) hunc
hábitum benedíctum precans (precántes) sanctíssimam Virginem, ut ejus méritis
illum pérferas (perferátis) sine mácula, et te (vos) ab omni adversitáte
deféndat, atque ad vitam perdúcat ætérnam. Amen
Postea, subjungat:
Ego, ex potestáte mihi
concéssa, recípio te (vos) ad participatiónem ómnium bonórum spirituálium, quæ,
cooperánte misericórdia Jesu Christi, a Religiósis de Monte Carmelo peragúntur.
In nómine Patris, et Fílii, + et Spíritus Sancti. Amen
Bene + dícat te (vos)
Cónditor cæli et terræ, Deus omnípotens, qui te (vos) cooptáre dignátus est in
Confraternitátem beátæ Maríæ Virginis de Monte Carmélo: quam exorámus, ut in
hora óbitus tui (vestri) cónterat caput serpéntis antíqui, atque palmam et
corónam sempitérnæ hereditátis tandem consequáris (consequámini). Per Christum
Dóminum nostrum. Amen
Aspergatur persona aqua benedicta. Si plures
simul recipiendi sint, mutetur numerus. Si Habitus solummodo benedicendus sit,
tunc benedictio incipit a V. Osténde, et concluditur cum oratione Dómine Jesu
Christe.
Em
português
Sacerdote:
Senhor, mostrai-nos a Vossa
misericórdia.
Respondente: E dai-nos a
Vossa salvação.
Sacerdote: Senhor, ouvi a
minha oração.
Respondente: E que o meu
clamor chegue a Vós.
Sacerdote: O Senhor esteja
convosco.
Respondente: E com o vosso
espírito.
Sacerdote: Oremos. Senhor
Jesus Cristo, Salvador da humanidade, santi + ficai pela Vossa mão direita este
(estes) Escapulário(s), que o(s) Vosso(s) servo(s) usarão devotamente, por
Vosso amor e da Vossa Mãe Santíssima, Nossa Senhora do Carmo, para que, por Sua
intercessão, seja (sejam) protegido(s) dos espíritos malignos, e persevere(m)
na Vossa graça até à morte: Vós Que viveis e reinais por todos os séculos dos
séculos. Amen.
O sacerdote depois asperge o
Escapulários com Água Benta, e em seguida coloca-o sobre os ombros do
respondente — uma peça para a frente, outra para as costas, dizendo:
Recebe (recebei) este Santo Escapulário, e
pede (pedi) à Santíssima Virgem que, pelos Seus méritos, o possas (possais)
usar sem qualquer mancha de pecado, e que Ela te (vos) proteja de todo o mal e
te (vos) conduza à vida eterna. Amen.
Depois de investir cada
Escapulário Castanho, continua com as orações seguintes:
Pelo poder que me foi concedido, recebo-te
(-vos) na participação de todos os bens espirituais provenientes dos Religiosos
do Carmo, com a ajuda misericordiosa de Jesus Cristo. Em nome do Pai e do Filho
+ e do Espírito Santo. Amen.
Que Deus Omnipotente,
Criador do Céu e da Terra, que Se dignou receber-te (- vos) na Confraria de
Nossa Senhora do Carmo, te (vos) aben+çoe. Pedimos-Lhe que na hora da tua
(vossa) morte esmague a cabeça da antiga serpente e obtenha para ti (vós) a
palma e a coroa da tua (vossa) herança eterna. Por Cristo, Nosso Senhor. Amen.
O sacerdote asperge a pessoa
que recebe o Escapulário com Água Benta. Se houver mais do que uma pessoa a
recebê-lo, usa a fórmula no plural. Se o sacerdote benze apenas o Escapulário,
então a bênção começa com “Senhor, ouvi” e termina com a oração “Senhor Jesus Cristo,
Salvador da humanidade”.
A VESTE DE NOSSA SENHORA:
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