Devoção ao Imaculado Coração de Maria

A chave de toda a Mensagem de Fátima é a Devoção ao Imaculado Coração de Maria. É simples, mas, apesar da sua simplicidade, podemos não dar por ela a devida atenção. Recordemos as palavras de Nosso Senhor: “A não ser que vos torneis como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus.” (Mt. 18:3)

VOLUME II - CAPÍTULO VI do livro:
TODA VERDADE SOBRE FÁTIMA

A GRANDE PROMESSA DO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA EM PONTEVEDRA 
(1925-1926)
"A quem abraçar esta devoção, Eu prometo a salvação."
... Nossa Senhora de Fátima, no dia 13 de Junho de 1917

Que promessa tão admirável e assombrosa aquela que foi feita no dia 13 de Junho de 1917! Mas apesar desta promessa, ficamos ainda tentados a duvidar. Por uma graça especial, a Beata Jacinta sentia o coração consumido por um amor ardente ao Imaculado Coração de Maria. E nós? Ficamos frios, ou o nosso fervor dura muito pouco. Poderíamos alguma vez saber se a nossa devoção é assim tão grande para que Nossa Senhora quisesse manter a Sua promessa para connosco?
É neste ponto que ficamos assombrados pela ilimitada Misericórdia Divina e pelo carácter profundamente católico das revelações de Fátima. Não há sequer, em toda a mensagem, vestígios do subjectivismo protestante! Aqui, o Céu vai até aos limites da indulgência, e as profecias mais sublimes (“Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”) transformam-se em pedidos muito pequenos, claros e precisos, pedidos fáceis que não dão lugar à dúvida. Todos podem saber se os conseguiram realizar ou não. Uma “pequena devoção”, praticada de coração generoso, é suficiente para todos nós recebermos infalivelmente esta graça, ex opere operato – quer dizer, tal como acontece com os sacramentos. E a graça que receberemos é a graça da salvação eterna! Vale a pena estudar cuidadosamente esta promessa tão magnífica. Este é o cumprimento e a expressão perfeita da primeira parte do grande Segredo que, na sua totalidade, se refere à salvação das almas.
De Fátima a Pontevedra: o cumprimento do Segredo. Ao descrever as aparições e ao explicar a mensagem de Pontevedra, falaremos apenas das palavras pronunciadas por Nossa Senhora a 13 de Julho de 1917. São palavras concisas, mas muito ricas em significado:
Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas … virei pedir … a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados de cada mês.
Portanto, é este o primeiro “Segredo de Maria” que nós devemos descobrir e entender. É uma forma segura e fácil de arrancar as almas aos perigos do inferno: primeiro, as nossas almas; e também as dos nossos próximos; e até as almas dos maiores pecadores – porque a misericórdia e o poder do Imaculado Coração de Maria não têm limites.










Irmã Lúcia em Pontevedra-Espanha

I. Pontevedra: As Aparições e a Mensagem1
Dia 10 de Dezembro de 1925: a Aparição do Menino Jesus e de Nossa Senhora
Na noite de quinta feira, 10 de Dezembro, logo depois do jantar, a jovem postulante Lúcia, que tinha apenas 18 anos, voltou à sua cela. Foi ali que recebeu a visita de Nossa Senhora e do Menino Jesus. Escutemos a sua narração2 (escrita no terceira pessoa):
A 10 de Dezembro de 1925, apareceu-lhe a Santíssima Virgem e, a Seu lado, suspenso numa nuvem luminosa, o Menino Jesus. A Santíssima Virgem pousou a mão no ombro de Lúcia e, nesse momento, mostrou-lhe um Coração cercado de espinhos que tinha na outra mão. Ao mesmo tempo, disse o Menino:
"Tem pena do Coração de tua Mãe Santíssima, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Lhe cravam, sem haver quem faça um acto de reparação para os tirar".

E a Santíssima Virgem disse-lhe:
"Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação."3
Que cena tão comovente e ao mesmo tempo tão singela, contada com a sobriedade do próprio Evangelho! Que diálogo tão encantador, em que o Menino Jesus e Sua Mãe falam alternadamente — Ele para implorar por causa Dela, e Ela para fazer os seus pedidos… que nos conduzem até Seu Filho.
Como de costume, a vidente apaga-se a si mesma, e não nos diz uma única palavra sobre os seus próprios sentimentos. Não será este o sinal mais inequívoco de autenticidade, que dá ao seu relato plena vigência? Ela está ali para ver, para ouvir, para contar o que aconteceu, e nada mais.
No entanto, quanta intimidade percebemos existir entre a Santíssima Virgem e a Sua mensageira! Como Santa Catarina Labouré, ela recebeu nesse dia o privilégio de ser tocada por Nossa Senhora num gesto solene e afectuoso, tal como quando uma mãe quer dar a um filho uma missão confidencial. A Santíssima Virgem pôs a mão sobre o ombro de Lúcia, permitindo-lhe contemplar o tristíssimo Coração de Nossa Senhora e dá-lo a conhecer aos outros.
Finalmente, vejamos o tom e as palavras desta grande promessa. São semelhantes às das aparições de 1917. Tão concisas! Tal como as do Segredo do dia 13 de Julho, onde nem uma só palavra se pode suprimir sem alterar seriamente a sequência do pensamento. Também esta é uma mostra irrefutável de autenticidade.
A transmissão da Mensagem
De que maneira deu Lúcia a conhecer os pedidos do Céu? Sabemos que ela imediatamente contou tudo à sua Superiora, a Madre Magalhães, que se convenceu plenamente da causa de Fátima e tinha agora um respeito sincero pela vidente. Ela própria se mostrou disponível para obedecer aos pedidos do Céu. Lúcia também informou o confessor da Casa, Dom Lino García: “Este último – lembra Lúcia – ordenou-me que escrevesse tudo o que dizia respeito (a esta revelação) e que guardasse esses escritos, que talvez pudessem ser necessários”.No entanto, ele continuou à espera.
Lúcia escreveu um reconto detalhado do acontecimento em carta para o seu confessor, Monsenhor Pereira Lopes, do Asilo de Vilar. Infelizmente esta carta perdeu-se, e só sabemos da sua existência porque se faz referência a ela numa carta posterior. A 29 de Dezembro, a Madre Magalhães informou o Bispo da Silva acerca do que havia acontecido, mas sem ser muito precisa.5
 Por essa altura, Lúcia recebeu finalmente resposta de Monsenhor Pereira Lopes. Ele expressou certas reservas, fez perguntas e aconselhou-a a esperar. Uns dias depois, a 15 de Fevereiro, Lúcia respondeu-lhe, fazendo-lhe uma narração detalhada dos acontecimentos. Felizmente, esta carta importantíssima foi-nos conservada.6 Vamos seguir passo a passo esse precioso texto, adicionando os nossos próprios subtítulos e comentários.
Uma espera dolorosa
“Revmo. Senhor Doutor:
Venho, com todo o respeito, agradecer a amável cartinha que a caridade de Vossa Reverência fez o favor de me escrever.
Quando a recebi, e vi que ainda não podia atender aos desejos de Nossa Senhora, senti-me um pouco triste. Mas logo reflecti que os desejos de Nossa Senhora eram que eu obedecesse às ordens de Vossa Reverência.
Fiquei tranquila e, no dia seguinte, quando recebi a Jesus Sacramentado, li-Lhe a carta e disse: ‘Ó meu Jesus! Eu, com a Vossa graça, a oração, a mortificação e a confiança, farei tudo quanto a Obediência me permitir e Vós me inspirardes; e o resto fazei-o Vós.’
Assim fiquei até ao dia 15 de Fevereiro. Esses dias foram duma contínua mortificação interior. Pensava se teria sido um sonho, mas sabia que não; sabia que tinha sido realidade. Mas se eu tinha correspondido tão mal às graças recebidas até ali, como é que Nosso Senhor Se dignava aparecer-me outra vez?!
Chegava-se o dia de me ir confessar, e não tinha licença de dizer nada!7 Podia dizê-lo à Madre Superiora, mas durante o dia as minhas ocupações não mo permitiam! À noite, estava com dores de cabeça! E eu, temendo faltar à caridade, pensava: ‘Fica para amanhã! Óereço-Vos este sacrifício, minha querida Mãe!’ E assim se passaram, um atrás do outro, todos os dias até hoje.
No dia 15, andava eu muito ocupada com o meu trabalho, e quase nem disso me lembrava. E indo eu despejar um caixote do lixo fora do quintal …”
História de um prelúdio encantador (Novembro ou Dezembro de 1925)
"(No mesmo lugar) onde, alguns meses antes, tinha encontrado um menino a quem tinha perguntado se sabia a Ave-Maria, e, respondendo-me que sim, lhe mandei que a dissesse para eu ouvir. Mas como se não resolvia a dizê-la sozinho, disse-a eu com ele, três vezes. Ao fim das três Ave-Marias, pedi-lhe que a dissesse sozinho. Mas como se calou e não foi capaz de dizer a Ave-Maria sozinho, perguntei-lhe se sabia onde era a igreja de Santa Maria. Respondeu-me que sim. Disse-lhe que fosse lá todos os dias, e que dissesse assim: ‘Ó minha Mãe do Céu, dai-me o Vosso Menino Jesus!’ Ensinei-lhe isto, e vim-me embora."
Aqui, em virtude dos acontecimentos, Lúcia vê-se obrigada a falar um pouco de si própria, e as suas poucas confidências revelam-nos algo da sua alma maravilhosa.Perto da porta do jardim, ela encontra um menino. Lembra-se de lhe falar da Virgem Maria, para lhe ensinar a rezar. Depois pede-lhe para rezar a Ave-Maria… só pela alegria de a ouvir na sua voz. Como ele não conseguiu dizê-la sozinho, Lúcia recita-a com ele três vezes, de acordo com a prática antiga das três Ave-Marias em honra de Nossa Senhora.
Como o menino parecia não querer recitar a Ave-Maria sozinho, a nossa catequista – que não queria perder esta oportunidade de cumprir a sua missão de fazer conhecer e amar Nossa Senhora – sugeriu outra ideia: convidou-o a ir todos os dias à igreja de Santa Maria. De facto, a Basílica de Santa Maria Maior fica bastante perto da Casa das Irmãs Doroteias. Foi este acontecimento um pouco antes ou depois da aparição do Menino Jesus, no dia 10 de Dezembro? Não o sabemos. Em todo o caso, a jovem postulante ensinou ao menino esta linda e breve oração, que certamente era dela também: a sua oração mais frequente e fervorosa do Advento de 1925. “Ó Mãe do Céu, dai-me o Vosso Menino Jesus”. E depois foi-se embora.

15 de Fevereiro de 1926: uma nova aparição do Menino Jesus
O emotivo relato de Lúcia, que estamos a citar extensamente, continua:
-"Meu Jesus! Vós be sabeis o que o meu confessor me disse na carta que Vos li. Dizia que era preciso que aquela visão se repetisse, que houvesse factos para ser acreditada; e a Madre Superiora, sozinha, a espalhar este facto, nada podia."
-"É verdade que a Madre Superiora, só, nada pode; mas, com a Minha graça, pode tudo. E basta que o teu confessor te dê licença, e a tua Superiora o diga, para que seja acreditado, até sem se saber a quem foi revelado."
-"Mas o meu confessor dizia na carta que esta devoção não fazia falta no mundo, porque já havia muitas almas que Vos recebiam nos primeiros sábados (do mês), em honra de Nossa Senhora e dos quinze Mistérios do Rosário."
-"É verdade, Minha filha, que muitas almas os começam, mas poucas os acabam; e, as que os terminam, é com o fim de receberem as graças que aí são prometidas. Agrada-Me mais quem fizer os cinco (Primeiros Sábados) com fervor e com o fim de desagravar o Coração da tua Mãe do Céu, do que quem fizer os quinze, tíbio e indiferente."
-"Meu Jesus, muitas almas têm dificuldade em se confessar ao Sábado. Se Vós permitísseis que a confissão de oito dias fosse válida…"
-"Sim. Pode ser; e de muitos dias mais, contanto que estejam em graça no primeiro sábado, quando Me receberem; e que, nessa confissão anterior, tenham feito a intenção de com ela desagravar o Sagrado Coração de Maria."
-"Meu Jesus, e as que se esquecerem de formular essa intenção?"
-"Podem-na formular logo na confissão seguinte, aprovei tando a primeira ocasião que tiverem para se confessar."
Nisto, desapareceu, sem que até hoje eu tenha sabido mais nada dos desejos do Céu.9

Também aqui, uma crítica interna deste texto exclui todas as posições daqueles que pudessem não aceitar esta aparição, sugerindo tratar-se de ilusões ou de invenções de uma mente perturbada. Os factos, dados a conhecer de forma tão encantadora, são demasiado claros, simples e ao mesmo tempo sobrenaturais, para serem invenção de uma alma doente. Por outro lado, são surpreendentes demais – místicos, até –, para, à primeira vista, serem obra de um qualquer teólogo. Quem poderia inventar tal história a partir do nada?
Em primeiro lugar, há meses que a nossa vidente esvaziava, todos os dias, os caixotes do lixo do convento. E ela está feliz. Não parece pertubada pelas circunstâncias humilhantes da aparição. Para lhe fazer lembrar os Seus grandes desígnios para o mundo e para a salvação das almas, o Céu escolheu precisamente o momento em que a Sua mensageira estava ocupada a fazer uma tarefa insignificante, humilde e desprezível. Repare-se que uma pessoa orgulhosa, mitomaníaca, enganada por falsas aparições, ter-se-ia imaginado em circunstâncias extraordinárias ou, pelo menos, fora do comum – mas nunca nestas. Teria receado parecer ridícula ou não digna de credibilidade. Lúcia narra os factos com toda a simplicidade, tal como aconteceram, sem se admirar de o Deus Menino, que nasceu num estábulo, ter escolhido esta humilde circunstância para Se manifestar.
Resta-nos explicar o significado e a importância da mensagem de Pontevedra que, apesar de ser apenas o complemento, ou melhor, o cumprimento da Mensagem de Fátima, se reveste de uma importância muito especial.
II. A grande promessa e as suas condições
O mais assombroso de Pontevedra é, certamente, a incomparável promessa de Nossa Senhora: “A todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro Sábado …”, cumprirem todas as condições pedidas, “Eu prometo assistir-lhes à hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação”. Com generosidade ilimitada, a Santíssima Virgem promete aqui a maior, a mais sublime de todas as graças: a da perseverança final. Ora esta graça, ninguém a pode garantir para si próprio – nem com uma vida inteira de santidade, empregada em oração e sacrifício –, porque se trata de um dom puramente gratuito da Misericórdia Divina. E a promessa é sem nenhuma exclusão, limitação ou restrição: “A todos aqueles que … Eu lhes prometo … “.
A desproporção entre “a pequena devoção” pedida e a imensa graça que traz revela-nos, em primeiro lugar e de modo especial, o poder quase infinito de intercessão concedido à Santíssima Virgem Maria para a salvação de todas as almas. “A grande promessa – escreve o Padre Alonso – não é outra coisa senão uma nova manifestação desse amor complacente que a Santíssima Trindade sente pela Santíssima Virgem. Para os que entenderem isto, é fácil aceitar que tais promessas maravilhosas possam estar ligadas a práticas tão humildes. Essas almas aceitam a promessa com amor filial e de coração simples, cheias de confiança na Santíssima Virgem Maria”.10

Em resumo, podemos dizer com toda a veracidade que o primeiro fruto da Comunhão reparadora é a salvação de quem a pratica. Não ponhamos nenhum limite à Misericórdia Divina e sigamos à letra a promessa da Santíssima Virgem Maria: qualquer pessoa que cumpra todas as condições expostas pode estar certa de que obterá, pelo menos à hora da morte – e mesmo tendo a desgraça de recair em pecado grave – as graças necessárias para obter o perdão de Deus e ficar protegido do castigo eterno.
Mas há muito mais nesta promessa, como veremos, porque o espírito missionário está presente em toda a espiritualidade de Fátima. A Devoção de Reparação é-nos também recomendada, como um meio para converter os pecadores que possam estar diante do perigo maior de se condenarem, e como o meio mais eficaz de intercessão do Imaculado Coração de Maria para obter a paz no mundo.11
Se Nossa Senhora quis atribuir tão abundantes frutos à prática desta “pequena devoção”, não terá sido para nos prender mais a atenção e mover o nosso coração a praticá-la? E não terá sido também para nos levar a conseguir que outros, ao nosso redor, a pratiquem? Para tal, é importante estar familiarizado com as condições expostas, e ter delas um conhecimento preciso.
Desde 1925 que a Irmã Lúcia não deixa de as repetir, e sempre nos mesmos termos. São cinco essas condições, às quais se acrescenta uma sexta que se refere à intenção geral com que os outros actos pedidos se devem praticar.
1. O Primeiro Sábado de cinco meses seguidos
“Todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro Sábado …” Este primeiro requisito do Céu não contém nada de arbitrário, nem nada totalmente novo. Ajusta-se à tradição imemorial da piedade católica que, havendo dedicado as sextas-feiras para recordar a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e honrar o Seu Sacratíssimo Coração, acha perfeitamente natural dedicar os Sábados à Sua Mãe Santíssima. É esta tradição venerável que motivou a escolha do sábado.
Porém, isto não diz o suficiente: se virmos mais de perto, o grande pedido de Pontevedra aparece como a culminação feliz de um movimento completo de devoção. O que começou espontaneamente e foi mais tarde encorajado e codificado por Roma, não parece ser outra coisa senão a preparação providencial para o que estava para vir.
Os quinze sábados em honra de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário. “Durante muito tempo, os membros das várias Confrarias do Rosário tiveram o costume de dedicar quinze sábados seguidos à Rainha do Santíssimo Rosário, antes da Sua festa ou em alguma outra época do ano. Em cada um destes sábados, todos recebiam os sacramentos e realizavam exercícios piedosos em honra dos quinze mistérios do Rosário”. Em 1889, o Papa Leão XIII concedeu a todos os fiéis uma indulgência plenária num destes quinze sábados. Em 1892, “concedeu também, àqueles que estavam legitimamente impedidos ao sábado, a possibilidade de realizar este exercício piedoso no Domingo, sem perder as indulgências”.12

Os doze Primeiros Sábados do mês. Com São Pio X, a devoção dos primeiros sábados do mês foi aprovada oficialmente: “Todos os fiéis que, no primeiro sábado ou no primeiro domingo de doze meses seguidos, dedicarem algum tempo à oração vocal ou mental em honra da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem ganham, em cada um desses dias, uma indulgência plenária. As condições são: confissão, comunhão e oração pelas intenções do Soberano Pontífice”.13
A devoção reparadora dos Primeiros Sábados do mês. Por fim, a 13 de Junho de 1912, São Pio X concedeu novas indulgências a práticas que parece anteciparem exactamente os pedidos de Pontevedra: “Para promover a devoção dos fiéis para com a Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, e para fazer reparação pelos ultrajes dos homens ímpios ao Seu Santíssimo Nome e aos Seus privilégios, São Pio X concedeu ao primeiro sábado de cada mês uma indulgência plenária, aplicável às almas do purgatório. As condições são: confissão, comunhão, oração pelas intenções do Soberano Pontífice e exercícios piedosos com o espírito de reparação, em honra da Virgem Imaculada”.14 Exactamente cinco anos depois deste dia 13 de Junho de 1912, aconteceu em Fátima a grande manifestação do Imaculado Coração de Maria, “cercado de espinhos que O pareciam cravar”. A Irmã Lúcia disse depois: “Nós compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que exigia reparação”.15

A 13 de Novembro de 1920, o Papa Bento XV concedeu novas indulgências a esta mesma prática, quando realizada no primeiro sábado de oito meses seguidos.16
Uma devoção tradicional …Que maravilhoso é ver o Céu contente pela coroação dum grande movimento de piedade católica, sem fazer mais nada senão dar precisão às decisões de um Papa, sendo esse Papa São Pio X! Também a Santíssima Virgem tinha vindo a Lourdes, confirmar as declarações infalíveis do Papa Pio IX.
Ora bem: ao pedir ao Papa a aprovação solene da Devoção de Reparação revelada em Pontevedra, Nossa Senhora não estava realmente a pedir nada impossível. A Providência tinha preparado tudo tão bem que, em 1925-1926, esta devoção concordava perfeitamente com uma série de decisões papais que foram precursoras e que “anunciavam” a devoção do Primeiro Sábado.
… E, no entanto, uma devoção novíssima …Apesar do que foi dito, encontramos novos elementos na mensagem de Pontevedra! Em primeiro lugar, a concessão de excessos de generosidade que só o Céu pode ter a liberdade de conceder: no dia 10 de Dezembro, a Virgem Maria já não pede quinze, nem doze, nem sequer oito sábados a Ela dedicados; Ela bem sabe da nossa falta de constância e pede só cinco sábados – tantos como as dezenas do nosso Terço.
Porém, é sobretudo a promessa unida a esta devoção que aumentou de um modo impressionante. Já não é um caso de indulgências (ou seja, a remissão do castigo por pecados já perdoados); trata-se, antes, de uma graça muito mais notável: a certeza de receber, à hora da morte, “todas as graças necessárias para a salvação”. É difícil imaginar uma promessa mais maravilhosa, porque se refere ao êxito ou ao fracasso no “nossa única e mais importante tarefa: a da nossa salvação eterna”.17
2. Confissão
Já vimos que não é necessário confessar-se no primeiro sábado. Se há um impedimento qualquer, a confissão pode fazer-se ainda passados oito dias; mas deve fazer-se, pelo menos, uma confissão mensal. É claro que, tanto quanto possível, é preferível que a confissão se faça num dia próximo do primeiro sábado.
O pensamento de fazer reparação ao Imaculado Coração de Maria deve estar igualmente presente. Desta maneira, diz o Padre Alonso: “A alma anexa ao motivo principal de arrependimento pelos nossos pecados – que será sempre a ideia de que o pecado é uma ofensa contra Deus que nos redimiu em Cristo – um outro motivo de arrependimento, que sem duvida terá uma influência benéfica: arrependimento pela ofensa feita ao Imaculado e Doloroso Coração da Virgem Maria”.18

3. A Comunhão reparadora dos Primeiros Sábados
A Comunhão reparadora é, decerto, o acto mais importante da Devoção de Reparação, e todos os outros actos se concentram em seu redor. Para entender o significado e importância desta devoção, devemos considerá-la em relação com a Comunhão milagrosa do Outono de 1916 que, graças às palavras do Anjo, já estava totalmente orientada para a ideia de Reparação.19 A Comunhão reparadora também deve relacionar-se com a Comunhão das nove Primeiras Sextas-Feiras de cada mês, pedido pelo Sagrado Coração de Jesus em Paray-le-Monial.
Alguém poderia objectar: receber a Comunhão no primeiro sábado de cinco meses seguidos é quase impossível para muitos fiéis, que não têm Missa na sua paroquia nesse dia … É essa mesma pergunta que o Padre Gonçalves, confessor de Lúcia, lhe faz numa carta de 29 de Maio de 1930:
“E quem não puder cumprir com todas as condições no sábado, não satisfará com os domingos? Os que trabalham nas fazendas, por exemplo, não poderão com frequência, porque moram bastante longe … “20
Nosso Senhor deu a resposta à Irmã Lúcia na noite de 29 para 30 de Maio de 1930: “Será igualmente aceite a prática desta devoção no domingo seguinte ao primeiro sábado, quando os Meus sacerdotes, por justos motivos, assim o concederem às almas.”21Nesse caso, não só a Comunhão, mas também a reza do Terço e a meditação sobre os mistérios se podem transferir para o domingo, por motivos justificados que os sacerdotes deverão avaliar. É fácil pedir essa autorização durante a confissão. Repare-se, de novo, no carácter católico e eclesial da Mensagem de Fátima: é aos Seus sacerdotes, e não à consciência individual, que Jesus dá a responsibilidade de outorgar esta concessão adicional.
Depois de tantas concessões, quem poderia ainda argumentar que não pode cumprir os pedidos da Virgem Maria?
4. Recitação do Terço
Em cada uma das seis aparições em 1917, Nossa Senhora pediu que rezassem o Terço todos os dias. Como se trata de fazer reparação pelas ofensas cometidas contra o Imaculado Coração de Maria, que outra oração vocal Lhe poderia ser mais agradável?22
5. A meditação de quinze minutos sobre os Quinze Mistérios do Rosário
Para além do Terço, Nossa Senhora pede quinze minutos de meditação sobre os quinze mistérios do Rosário. Isto não significa, evidentemente, que seja preciso um quarto de hora para cada mistério! Não é necessário mais do que um quarto de hora no total! Também não é indispensável meditar cada mês sobre os quinze mistérios. Lúcia escreve ao Padre Gonçalves: “Fazer quinze minutos de companhia a Nosssa Senhora, meditando nos mistérios do Rosário”. À sua mãe, Maria Rosa, Lúcia escreveu essencialmente o mesmo, a 24 de Julho de 1927, sugerindo-lhe a meditação só sobre alguns dos mistérios, que podem escolher-se livremente:
"Queria também que a mãe me desse a consolação de abraçar uma devoção que sei é do agrado de Deus, e que foi a nosssa querida Mãe do Céu quem a pediu. Logo que tive conhecimento dela, desejei abraça-la e fazer com que todos os demais a abraçassem. Espero, portanto, que a mãe me responderá a dizer que a faz, e que vai procurar fazer com que todas essas pessoas que aí vão a abracem também. Não poderá nunca dar-me consolação maior do que esta.
Consta só em fazer o que vai escrito neste santinho. A confissão pode ser noutro dia, e os quinze minutos (de meditação) é o que me parece que lhe vai fazer mais confusão. Mas é muito fácil. Quem não pode pensar nos mistérios do Rosário? Na anunciação do Anjo e na humildade da nossa querida Mãe que, ao ver-Se tão exaltada, Se chama escrava? Na Paixão de Jesus, que tanto sofreu por nosso amor? Na nossa Mãe Santíssima junto de Jesus, no Calvário? Quem não pode assim, nestes santos pensamentos, passar quinze minutos junto da Mãe mais terna das mães?
Adeus, minha querida mãe. Console assim a nossa Mãe do Céu, e procure que muitos outros A consolem também; e assim dar-me-á, também a mim, uma inexplicável alegria …Sou sua filha muito dedicada, que lhe beija a mão.23
Nesta bela carta, a Irmã Lúcia insiste na sexta condição, que é a principal: cada uma destas devoções deve cumprir-se “com o espírito de reparação” para com o Imaculado Coração de Maria.
“Console assim a nossa Mãe do Céu … “, escreveu ela.
6. A intenção de fazer reparação: “Tu, ao menos, vê de Me consolar”.
Sem esta intenção geral, sem esta vontade de amor que quer fazer reparação a Nossa Senhora para A consolar, todas as práticas externas são, por si só, insuficientes para obter a magnífica promessa. Isto é claro.
A prática da Comunhão reparadora deve ser atenta e fervorosa. Assim o explicou Nosso Senhor à Irmã Lúcia, na Sua aparição do dia 15 de Fevereiro de 1926: “É verdade, Minha filha, que muitas almas os começam, (a prática dos quinze sábados) mas poucas os acabam; e as que os terminam, é com o fim de receberem as graças que aí são prometidas. Agrada-Me mais quem fizer os cinco (Primeiros Sábados) com fervor e com o fim de desagravar o Coração da tua Mãe do Céu, do que quem fizer os quinze, tíbio e indiferente … “24 Nossa Senhora pede-nos tão pouco, precisamente para que possamos fazê-lo de todo o coração. Mas isso não significa que o faremos sempre com muito fervor sensível: segundo a grande máxima da espiritualidade, “Querer amar é amar”.
As breves palavras do Menino Jesus e de Nossa Senhora no dia 10 de Dezembro de 1925 dizem tudo, e fazem-nos compreender o verdadeiro esprírito desta Devoção Reparadora:
"Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfémias e ingratidões … sem haver quem faça um acto de reparação para os tirar … Tu, ao menos, vê de Me consolar."
Esta imagem, que é tão expressiva, diz tudo: as blasfémias e a ingratidão dos pecadores são como muitos espinhos cruéis que só podemos retirar por meio dos nossos actos de amor e de reparação. Porque o amor, ou “a compaixão”, é a alma de todas estas práticas. Trata-se de consolar o Imaculado Coração da “Mãe mais terna”, que se sente muito ultrajada.
Lúcia compreendeu isto perfeitamente nesse mesmo momento. A parte final da sua carta a Monsenhor Pereira Lopes, onde descreve a aparição do Menino Jesus a 15 de Fevereiro de 1926, é disso um testemunho eloquente:
"Nisto, desapareceu, sem que até hoje eu tenha sabido mais nada dos desejos do Céu. E, quanto aos meus, (ele continua) são que nas almas se acenda a chama do amor divino e que, elevadas nesse amor, consolem muito o Sagrado Coração de Maria. Eu tenho, pelo menos, o desejo de consolar muito a minha querida Mãe do Céu, sofrendo muito por Seu amor".25
Deve prestar-se a devida atenção à originalidade desta mensagem.26 Porque aqui não há duvida, pelo menos na essência, de que se trata de consolar a Santíssima Virgem, tendo compaixão do Seu Coração trespassado pelos sofrimentos de Seu Filho. É certo que a Mensagem de Fátima pressupunha já este aspecto tradicional da piedade católica: a 13 de Outubro de 1917, Nossa Senhora das Sete Dores apareceu no céu aos pastorinhos.27 Mas o significado mais preciso da Devoção Reparadora pedida em Pontevedra não consiste tanto na meditação sobre os mistérios dolorosos do Rosário, como na consideração das ofensas que o Imaculado Coração de Maria recebe – agora – dos homens ingratos e blasfemos que recusam a Sua mediação maternal e desprezam as Suas prerrogativas divinas*. Tudo isto são muitos espinhos que devemos retirar do Seu Coração, por meio de práticas de amor e de reparação, para A consolar e, ainda, para obter o perdão para as almas que tiveram a audácia de A ofender tão gravemente.
Nada pode ajudar-nos a entender melhor o verdadeiro espírito da Reparação pedida por Nossa Senhora de Fátima do que o relato de uma revelação importante feita à Irmã Lúcia no dia 29 de Maio de 1930.

III. O espírito da Devoção de Reparação:
A Revelação do dia 29 de Maio de 1930
A Irmã Lúcia estava em Tuy nessa época. O seu confessor, o Padre Gonçalves, tinha-lhe feito uma série de perguntas por escrito. Lembramos aqui só a quarta: “Porque hão-de ser cinco sábados – perguntou ele – e não nove, ou sete em honra das Dores de Nossa Senhora?”28Nessa mesma noite, a vidente implorou a Nosso Senhor que a inspirasse com uma resposta a essas perguntas. Poucos dias depois, ela enviou o seguinte ao seu confessor.29
“Ficando na capela, com Nosso Senhor, parte da noite do dia 29 para 30 deste mês de Maio de 1930 (sabemos que era seu costume ter uma hora santa das onze à meia-noite, especialmente às quintas-feiras, segundo os pedidos do Sagrado Coração de Jesus em Paray-le-Monial), e falando a Nosso Senhor das duas perguntas, quarta e quinta, senti-me, de repente, possuída mais intimamente da Sua Divina Presença. E, se não me engano,30 foi-me revelado o seguinte:
"Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfémias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria:
  1. As blasfémias contra a Imaculada Conceição;
  2. As blasfémias contra a Sua Virgindade;
  3. As blasfémias contra a Maternidade Divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
  4. Os que procuram publicamente infundir, no coração das crianças, a indiferença, o desprezo e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
  5. Os que A ultrajam directamente nas Suas sagradas imagens.
Eis, Minha filha, o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir esta pequena reparação …’"31

Os espinhos do Imaculado Coração de Maria
Sigamos neste ponto o Padre Alonso que, no seu estudo sobre a Mensagem de Pontevedra, faz um extenso e útil comentário sobre as cinco ofensas contra o Imaculado Coração de Maria enumeradas por Nosso Senhor.
As blasfémias de homens hereges, cismáticos e ímpios
Cegos por um ecumenismo enganador, houve a tendência, a partir de 1962, de esquecer que existe uma verdade evidente, relembrada aqui pela Mensagem de Fátima: aqueles que, obstinadamente e com pleno conhecimento, negam abertamente as prerrogativas da Santíssima Virgem Maria, cometem as blasfémias mais odiosas respeitante a Ela.
Primeira blasfémia: Contra a Imaculada Conceição. O Padre Alonso pergunta: “Quem são aqueles que podem cometer esta ofensa contra o Imaculado Coração de Maria?” A resposta não deixa dúvida: “Em primeiro lugar e em geral, as seitas protestantes que recusam receber o dogma difinido pelo Papa Pio IX e que continuam a sustentar que a Santíssima Virgem foi concebida com a mancha do pecado original e, ainda, de pecados pessoais. O mesmo poderia dizer-se dos cristãos orientais (dissidentes), já que, apesar da sua grande devoção Mariana, também recusam este dogma”.32
Segunda blasfémia: Embora os Ortodoxos a admitam, a maioria dos Protestantes também recusa a Virgindade perfeita e perpétua de Maria “antes, durante, e depois de dar à luz”.
Terceira blasfémia: Embora, teoricamente, eles aceitem a Maternidade Divina de Maria definida no Concílio de Éfeso, negam-se a reconhecê-La como a Mãe dos homens no sentido católico, o que implica a negação do Seu papel como Corredentora e Mediadora de Graça.
Quarta blasfémia: Refere-se à perversão das crianças pelos inimigos de Nossa Senhora, que tratam de lhes inculcar indiferença, desprezo ou mesmo ódio para com a Virgem Imaculada; e a quinta blasfémia, pela qual A ultrajam nas Suas imagens sagradas. Estes dois últimos pecados não são mais do que a consequência lógica dos três primeiros, e estão frequentemente unidos a eles. A iconoclastia – ou, pelo menos, a recusa obstinada da teologia católica em relação às imagens sagradas – está muito longe de desaparecer.
Em resumo: durante três séculos e meio a contra-igreja tem travado uma luta furiosa e sem descanso contra a Imaculada Virgem Maria, contra a promoção da devoção para com Ela, contra a Sua soberania nos corações e, sobre todas as sociedades. Seguindo os passos do protestantismo – despois do jansenismo e do seu frio desprezo por uma verdadeira devoção à Santíssima Virgem, do racionalismo dos séculos XVIII e XIX, assim como do modernismo do século XX –, essas forças contrárias continuam a atacar a doutrina e devoção Marianas com o mesmo desprezo e perfídia. Por fim, é sabido o modo como o comunismo bolchevique tentou, por todos os meios possíveis, destruir a veneração profunda da Mãe de Deus ancorada na alma do povo russo. Os ícones sagrados tiveram de desaparecer, foram destruídos ou escondidos … e ainda estão à espera de melhores dias.
As blasfémias de filhos rebeldes e ingratos. Há, porém, algo mais grave, muitíssimo mais sério do que todas as ofensas de homens hereges, cismáticos, apóstatas e ímpios. São as blasfémias dos próprios filhos da Igreja contra o Imaculado Coração de Maria. Com o passar do tempo, a mensagem de Pontevedra parece assombrosamente profética. 
O Padre Ricardo, director do Exército Azul em França e que muito dificilmente poderia considerar-se suspeito de pessimismo abusivo, comenta a este respeito: “Quem poderia ter imaginado, há 50 anos atrás, que estas cinco grandes ofensas contra Maria se estenderiam no seio do clero da própria Igreja Católica, e que um grande número de baptizados e catequizados, até mesmo nas nossas paróquias, não sabe já rezar a ‘Avé-Maria’?”33 O Padre Alonso viu-se na obrigação de fazer observações semelhantes.
Esta situação é hoje tão visível que qualquer comentário é supérfluo. Há certos teólogos, certos sacerdotes e certos bispos que são culpados das cinco blasfémias! Não são só uns poucos casos excepcionais; são centenas e talvez milhares. Não basta fazer uma observação sobre o facto. Temos de descobrir as causas disto, e explicar como foi possível chegarmos a tal ponto. Pelo menos o Padre Alonso descreveu o acontecimento com exactidão: “A grande ‘era Mariana’, inaugurada em 1854 com a definição do dogma da Imaculada Conceição – atreve-se ele a escrever – terminou com o Concílio Vaticano Segundo.34 Mas como aconteceu isto? E porquê esta declinação alarmante da devoção Mariana, que ainda estava em pleno florescimento quando morreu o Papa Pio XII? É o que teremos de examinar depois, no contexto do Terceiro Segredo.
Mas podemos desde já comentar que o elemento primeiro da Mensagem de Fátima é a Fé – uma fé precisa e dogmática. Uma devoção verdadeira à Santíssima Virgem pressupõe, sempre e necessariamente, ter fé nos Seus privilégios e prerrogativas, infalivelmente definidos pelo Papa ou ensinados pelo magistério da Igreja, e unanimemente acreditados pelos fiéis através dos séculos. É também certo que os pecados mais graves contra a Santíssima Virgem são, primeiro que tudo, pecados contra a Fé. Esta importante leitura dos factos deve ter-se sempre em mente.
A Devoção de Reparação: um segredo de misericórdia para com os pecadores
Depois de enumerar as cinco blasfémias que ofendem gravemente a Sua Mãe Santíssima, Nosso Senhor deu à Irmã Lúcia a explicação decisiva que nos permite penetrar no segredo do Seu Imaculado Coração, transbordante de misericórdia para com todos os pecadores, até mesmo para com aqueles que A desprezam e ultrajam:
"Eis, Minha filha, o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir esta pequena reparação e, em atenção a ela, mover a Minha misericórdia ao perdão para com essas almas que tiveram a desgraça de A ofender. Quanto a ti, procura sem cessar, com as tuas orações e sacrifícios, mover-Me à misericórdia para com essas pobres almas."35
“O pecado contra o Espírito Santo”. Aqui temos um dos temas principais da Mensagem de Fátima. Uma vez que Deus decidiu manifestar cada vez mais o Seu grande desígnio de amor — que consiste em conceder aos homens todas as graças, através da mediação da Virgem Imaculada — parece que a recusa dos homens em se submeterem com docilidade à vontade de Deus assim expressa é a falta que mais gravemente fere o Seu Coração, que já não encontra em Si próprio nenhuma inclinação para perdoar. Parece um pecado sem perdão, porque para o Nosso Salvador não há crime mais imperdoável que o de desprezar a Sua Mãe Santíssima e o de “ultrajar o Seu Imaculado Coração, que é o Santuário do Espírito Santo. Isto é cometer ‘a blasfémia contra o Espírito Santo, que não será perdoada neste mundo nem no outro’.”36
Em 1929, na aparição de Tuy – que é o cumprimento final de Fátima –, Nossa Senhora conclui a manifestação extraordinária da Santíssima Trindade com estas palavras surpreendentes: “São tantas as almas que a Justiça de Deus condena, por pecados contra Mim cometidos, que venho pedir reparação. Sacrifica-te por esta intenção e ora”. Estas palavras são tão fortes que vários tradutores tomaram a libertade de diluir o seu significado.37
“Um pequeno acto de reparação” para salvar os maiores pecadores. Sim, Nossa Senhora afirma tristemente que muitas almas se perdem por causa do seu desprezo e das blasfémias contra Ela … Assim, e para nos dar o exemplo de amar os nossos inimigos, Ela própria intervém, porque só Ela pode ainda salvar esses monstros de orgulho e ingratidão que se revoltaram contra Ela. Como “Mãe de Misericórdia e Mãe do Perdão”, como cantamos na Salve Mater, Ela intercede por nós ante Seu Filho. Que a devoção filial de almas fiéis e as Comunhões reparadoras oferecidas nos Cinco Primeiros Sábados possam consolar o Seu ultrajado Coração, e ser aceites por Jesus como reparação pelos crimes dos pecadores. Nossa Senhora ora para que Ele se digne aceitar esta “pequena devoção” e assim, tendo em conta este “pequeno acto de reparação” ao Seu Coração Imaculado, se digne conceder o perdão, apesar de tudo, aos ingratos e blasfemos, a todas as pobres almas que tiveram a ousadia de A ofender — a Ela, Sua Mãe Santíssima! 
E, como sempre, Nosso Senhor concede-Lhe o Seu desejo. Deste modo, Ele faz com que a Devoção da Reparação seja um meio seguro e eficaz de converter almas, muitas almas, de entre aquelas que estão em maior perigo de se perderem para sempre. Devemos citar aqui um texto importante, no qual até a “grande promessa” é uma consideração secundária, perante a intenção primeira do Imaculado Coração de Maria que é a salvação de todos os pecadores. Em Maio de 1930, a Irmã Lúcia escreveu ao Padre Gonçalves:
"Parece-me que o nosso bom Deus, no fundo do meu coração, insta comigo para que peça ao Santo Padre a aprovação da devoção reparadora que o próprio Deus e a Santíssima Virgem se dignaram pedir em 1925, para, em atenção a esta pequena devoção, dar a graça do perdão às almas que tiveram a desgraça de ofender o Imaculado Coração de Maria, prometendo a Santíssima Virgem, às almas que deste modo A queiram reparar, assistir-lhes, à hora da morte, com todas as graças necessárias para se salvarem."38
Reparação necessária. A salvação das almas, de todas as almas – “principalmente as que mais precisarem” –, arrebatando-as a todas do fogo do inferno que as ameaça é, portanto, em última análise, a intenção principal da prática dos Primeiros Sábados do mês. Foi essa mesma intenção que Nossa Senhora já tinha indicado no dia 19 de Agosto de 1917, quando recomendou aos pastorinhos a urgência de rezarem e fazerem sacrifícios: “Rezai, rezai muito; e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
A Santíssima Virgem Maria foi chamada Mediadora universal e Mãe da Divina Graça. Mas por um desígnio da Providência que nos manda estar unidos a Ela, Nossa Senhora não pode agir sozinha. Ela precisa de nós, do nosso amor consolador e das nossas “pequenas devoções” de reparação, para salvar as almas do Inferno. Excelso e grandioso é o mistério da comunhão dos santos, que faz com que a salvação de muitas almas dependa, realmente, da nossa própria generosidade! E temos um bom motivo para demonstrarmos generosidade! Como poderíamos recusar esta acção missionária que Nossa Senhora espera de nós, que Ela fez tão fácil de cumprir – com autorização de um sacerdote, tudo se pode transferir para Domingo –, e quando as práticas requeridas são tão eficazes e fecundas? É que, através desta devoção, muitas almas em perigo iminente de se perderem para sempre podem obter, no último momento e apesar delas próprias, a graça da sua conversão.
Para consolar o Imaculado Coração de Maria trespassado de espinhos, para fazer reparação pelos ultrajes que o Seu Coração recebe dos pecadores por meio da oração e do sacrifício – é este o requisito mais preciso desta primeira parte do Segredo, que Nossa Senhora veio lembrar e clarificar em Pontevedra, em 1925: “Tu, ao menos, vê de Me consolar”. O Santo Sacrifício da Missa e a Sagrada Comunhão oferecidos a Deus com o espírito de reparação39são-nos agora apontados como o sacrifício mais perfeito e a oração mais eficaz.

Tudo isto nos ajuda a entender a insistência urgente de Nossa Senhora, o Seu ardente desejo de que esta Devoção de Reparação seja praticada por toda a parte e com a maior frequência possível. Esta é a devoção mais apreciada por Ela, porque é a mais perfeita e, por isso, a mais eficaz para a salvação das almas. E porque a Santíssima Virgem deseja a nossa cooperação a todo o custo, associou a esta devoção as promessas mais maravilhosas …
“Desta devoção depende a guerra ou a paz do Mundo”.Com efeito, para além da conversão dos pecadores e da nossa salvação eterna, Nossa Senhora determinou que a Comunhão reparadora ficasse unida a outra promessa magnífica: o dom da Paz. A 19 de Março de 1939, a Irmã Lúcia escrevia:
"Da prática desta devoção, unida à consagração ao Coração Imaculado de Maria, depende a guerra ou a paz do Mundo. Por isso eu desejava tanto a sua propagação, e, sobretudo, por ser essa a vontade do nosso bom Deus e da nossa tão querida Mãe de Céu" 40E no dia 20 de Junho do mesmo ano:
"Nossa Senhora prometeu adiar para mais tarde o flagelo da guerra, se for propagada e praticada esta devoção. Vemo-La afastando esse castigo à medida que se vão fazendo esforços para a propagar; mas eu tenho medo que nós possamos fazer mais do que fazemos e que Deus, pouco contente, levante o braço da Sua Misericórdia e deixe o mundo assolar-se com esse castigo, que será como nunca houve, horrível, horrível."41 
Do Primeiro Segredo ao Segundo
Este anúncio profético leva-nos directamente a uma tragédia. É a grande tragédia de carácter religioso e político que, em vinte anos, levou a nossa Europa cristã a uma guerra atroz, a mais mortífera de toda a história; e depois a outra, mais sangrenta e ainda mais horrível nas suas consequências devastadoras. Num curto espaço de tempo, esta guerra entregou nações e quase continentes inteiros à escravidão do barbarismo soviético. Vejamos agora a forma como Nossa Senhora profetizou esta terrível tragédia, identificando, a 13 de Julho de 1917, as suas fases mais importantes e as suas causas secretas. É esta a segunda parte do Seu grande Segredo.
O segredo capital: o Imaculado Coração de Maria como salvação das almas. Clarifiquemos desde já que este “segundo segredo” depende estritamente do primeiro, cuja importância é primordial. Porque, como descobriremos na segunda parte do nosso estudo, a grande política divina revelada pela Rainha do Céu na Cova da Iria, tanto com as promessas de paz universal e durável, como com as ameaças de castigos espantosos — todo este plano de acção divina é só um instrumento utilizado pela Misericórdia de Deus para obter a salvação das almas, no maior número possível.
Depois de tudo, é à primeira parte do Segredo que devemos regressar sempre, por ser, indiscutivelmente, a principal e a mais importante aos olhos de Deus: salvar as almas, todas as almas, do único verdadeiro mal — porque é o único mal eterno —, para as livrar a qualquer preço das chamas do Inferno. É esta também a primeira preocupação do Imaculado Coração de Maria. Em Fátima, a Senhora revelou este Imaculado Coração como refúgio e último recurso dos pecadores, mesmo dos mais odiosos e miseráveis, porque Ela é a Mediadora de Misericórdia, a Porta do Céu. Esta é a primeira parte do Seu grande segredo, porque é também o primeiro segredo do Seu Coração. A Irmã Lúcia descreveu o primeiro Segredo na sua Autobiografia, e continuou:
Assustados e como que a pedir socorro, levantámos a vista para Nossa Senhora, que nos disse, com bondade e tristeza:
"Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no Mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração …
… Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz …
… virei pedir a comunhão reparadora nos primeiros sábados."
 A pequena Jacinta entendeu perfeitamente esta importante advertência de Nossa Senhora para a salvação das almas. A sua alma ficou completamente penetrada por ela, como mostra o episódio seguinte: “às vezes – lembra a Irmã Lúcia –, andava a apanhar as flores do campo e a cantar, com uma música arranjada por ela naquele momento: 

“Doce Coração de Maria! Imaculado Coração de Maria, convertei os pecadores, livrai as almas do Inferno!”42

Com efeito, são estas as palavras que resumem a essência do “primeiro Segredo”: é através do Imaculado Coração de Maria que a Santíssima Trindade quer salvar hoje as nossas almas, todas as almas, para as arrebatar das chamas do Inferno e lhes abrir as portas do Céu.
NOTAS DE RODAPÉ
(1) A mensagem de Pontevedra foi quase completamente desconhecida durante muito tempo, ou então relegada para uma importância secundária, O volumoso livro do Cónego Barthas, Fátima 1917-1968, publicado em 1969, dedicou-lhe apenas duas páginas (páginas 211-212)! Foi preciso esperar pelo excelente estudo do Padre Alonso, de 1973, Fátima y el Corazón Inmaculado de María, páginas 37-48, para esta mensagem ser divulgada. Mas nada pode substituir a pequena obra (mais completa) do mesmo autor, de 1974: La Gran Promesa del Corazón Inmaculado de María en Pontevedra. Existe ainda um pequeno folheto em francês que apresenta extractos importantes desta obra: Le message de Fatima à Pontevedra (Tradução do Padre Simonini). Finalmente, para consultar todas as fontes, temos de voltar a obras portuguesas: Documentos e Uma Vida.
(2) O texto que citamos é uma segunda ou terceira versão idêntica à primeira, que não tinha sido conservada. Foi escrito pela Irmã Lúcia no final de 1927, a pedido do seu director espiritual, o Padre Aparício, S.J. “Por razão de humildade – explicou o Padre – a Irmã Lúcia mostrou alguma relutância em escrever na primeira pessoa, à qual eu respondi que podia escrever na terceira pessoa, o que ela fez”. Carta ao Padre da Fonseca, 10 de Janeiro de 1938, citada pelo Padre Alonso em Ephemerides Mariologicae, 1973, página 25.
(3) Documentos, página 401.
(4) Carta de 1927, na qual Lúcia explica ao Padre Aparício como este manuscrito precioso foi por ela queimado em 1927 (Ephemerides Mariologicae, 1973, páginas 23-24).
(5) Todavia, esta carta representa um documento extremamente importante. Cf. The Whole Truth About Fatima, Volume II, Apêndice II, páginas 815-817.
(6) Este documento, que continuou na posse do seu destinatário, permaneceu totalmente desconhecido até 1973, ano em que foi publicado pelo Padre Martins dos Reis em Uma Vida, páginas 337-357. Cf. Documentos, páginas 477-481.
(7) Teria Dom Lino García pedido a Lúcia que não lhe falasse mais sobre esta aparição? É possível. Nesse caso, podemos compreender porque é que ela já não se atreve a confiar-lhe, inclusivamente, o seu tormento interior sobre este assunto.
(8) Cf. Carta ao Padre Gonçalves, de 12 de Junho de 1930, Documentos, página 409.
(9) Uma Vida, páginas 337-351. Mais adiante (páginas 263-264) iremos citar o final desta carta, onde Lúcia explica, ao seu director espiritual, o estado da sua alma.
(10) Padre Alonso, La Gran Promesa del Corazón de María en Pontevedra, página 45.
(11) A grande promessa do Imaculado Coração de Maria em Pontevedra não deixa de nos lembrar, de uma maneira clara, a grande promessa do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria. Porém, dado que esta analogia não é a única, preferimos incluir nela o exame de um paralelo mais completo entre as mensagens de Paray-le-Monial e de Fátima. De facto, a revelação do Sagrado Coração de Jesus e a do Imaculado Coração de Maria clarificam-se e iluminam-se mutuamente. Poderemos explicar isto com mais clareza quando tivermos avançado mais na explicação da Mensagem de Fátima.
(12) Padre F. Beringer, Les indulgences, leur nature et leur usage, Volume I, Número 767, Quarta edição, Lethielleux, 1925.
(13) 1 de Julho, 1905, ibid., Número 760.
(14) Ibid., Número 762.
(15) Cf. The Whole Truth About Fatima, Volume I, página 159 e páginas 163-164.
(16) Padre F. Beringer, op. cit., Número 762. Para além da indulgência plenária, o Papa concedeu a Sua bênção apostólica com indulgência, à hora da morte.
(17) Veja-se Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração Doze, “A importância da Salvação”.
(18) La Gran Promesa del Corazón de María en Pontevedra, página 75, cf. Infra. Parte II, Capítulo VII, nota 21, nota 4.
(19) Veja-se The Whole Truth About Fatima, Volume I, páginas 86-87.
(20) Documentos, página 407; cf. Fatima et le Coeur Immaculé de Marie, página 46.
(21) Resposta da Irmã Lúcia, recebida pelo Padre Gonçalves no dia 12 de Junho de 1930. Documentos, página 411; cf. Fatima et le Coeur Immaculé de Marie, página 47.
(22) Veja-se The Whole Truth About Fatima, Volume I, páginas 296-298.
(23) Documentos, página 403. Para esta meditação pode seguir-se o conselho da Irmã Lúcia. Veja-se The Whole Truth About Fatima, Volume II, Apêndice III. Veja tombém página 26 deste livrinho.
(24) Documentos, páginas 479-481.
(25) Uma Vida, páginas 351-353.
(26) O que o distingue muito claramente, por exemplo, da mensagem de Berthe Petit, que a Madre Montfalim, Superiora Provincial das Doroteias, estava a ajudar a difundir em Portugal nessa época. Cf. Padre Duffner,Berthe Petit et la dévotion au Coeur Douloureux et Immaculé de Marie,página 147. A Madre Montfalim tinha conhecido Berthe Petit na Suiça, durante a Guerra Mundial. (Quarta Edição, Camaldolese Benedictines, La Seyne-sur-Mer, Var.).
(27) Veja-se The Whole Truth About Fatima, Volume I, página 303.
(28) Documentos, página 407; Fatima et le Coeur Immaculé de Marie, página 45.
(29) Nesta carta, que não tem data, o Padre Gonçalves escreveu: “12 de Junho de 1930”. Documentos, páginas 409-410; cf. Fatima et le Coeur Immaculé de Marie, páginas 46-47.
(30) Como nos escritos de Santa Margarida Maria, seria um erro ver a expressão de uma incerteza ou de uma verdadeira dúvida nesta fórmula restritiva. Trata-se simplesmente de uma fórmula de humildade e de obediência, através da qual a vidente deixa antecipadamente o assunto ao critério do seu director.
(31) Veja-se The Whole Truth About Fatima, Volume II, Apêndice III. Veja tombém página 26 deste livrinho.
(32) La Gran Promesa del Corazón de María en Pontevedra, páginas 56-57.
(33) L’Homme nouveau, 2 de Março de 1980, página 20.
(34) La Gran Promesa del Corazón de María en Pontevedra, página 56.
(35) Documentos, página 409.
(36) A própria Irmã Lúcia sugere esta comparação com S. Mateus 12, 31-32 na sua conversa com o Padre Fuentes. Cf. Volume III, página 503.
(37) Dom Jean-Nesmy, por exemplo, dá esta tradução inexacta: “Tantos são os pecados que a justiça de Deus condena por serem pecados cometidos contra Mim …” (Lucie raconta, página 208; La Verité de Fatima, página 221; cf. também a tradução do Padre Alonso in Fatima et le Coeur Immaculé de Marie, página 42) Não! O texto original diz na realidade: “São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos …” –Documentos, página 465. Portanto, sem dúvida alguma, Nossa Senhora refere-se às numerosas almas que são condenadas, e não aos pecados que Deus censura.
(38) Carta recebida no dia 29 de Maio de 1930. Documentos, página 405; Veja-se Fatima et le Coeur Immaculé de Marie, página 44.
(39) Cf. The Whole Truth About Fatima, Volume I, páginas 86-89.
(40) Carta ao Padre Aparício, Documentos, página 483.
(41) Carta do dia 20 de Junho de 1939 ao Padre Aparício, Documentos, página 485.
(42) Documentos, página 227; e The Whole Truth About Fatima, Volume II. Em capítulos posteriores fazemos referência à forma como Lúcia devia trabalhar infatigavelmente para fazer conhecer a Devoção de Reparação, e obter a aprovação do seu bispo e do Papa, de acordo com os desígnios do Céu. (Infra, passim).
The Whole Truth About Fatima:


























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