DIA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA: 22 de Agosto


22 de agosto: IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
(Calendário Tridentino)
A devoção ao Imaculado Coração de Maria já é antiga. No século 17, São João Eudes a propagou, associando-a à do Sagrado Coração de Jesus. No decorrer do século 19, os Papas Pio VII e Beato Pio IX concederam a várias Dioceses o privilégio de uma Festa particular principal em honra ao "Puríssimo Coração de Maria", título este adotado até a revisão de 1943 do Missal Romano na seção "Missas para Algumas Localidades".
Tal devoção tomará impulso definitivo algum tempo após as aparições de Nossa Senhora a três pastorinhos em Fátima, Portugal, então um povoado campestre, a qual, ao lhes alertar da decadência religiosa e moral já presente à época (como vemos ainda hoje), indica como remédio a devoção a seu Imaculado Coração. Dos pastorinhos, é Irmã Lúcia, a única que sobreviveu por mais tempo que os demais (mortos ainda crianças), que transmitirá um programa de devoção ao Imaculado Coração de Maria tal como recebera em revelações privadas da Mãe de Deus: oração diária do Terço e a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados de cada mês, a qual além do Terço, inclui oração mental dos 15 mistérios do Rosário (mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos) além de Confissão e Comunhão reparadoras.
Inicialmente, esta Festa, ainda limitada a poucas Dioceses como um privilégio, era celebrada no Domingo após a Festa da Assunção de Nossa Senhora, e depois foi mudada para o sábado após a Festa do Sagrado Coração de Jesus (marcada na sexta-feira depois do 2º Domingo Após Pentecostes). Pelo decreto Cultus Liturgicus de 4 de março de 1944, o Papa Pio XII elevou esta comemoração a "Festa de 2ª Classe", finalmente estendendo-a ao calendário universal da Igreja e alterando a antiga data: do sábado após o Sagrado Coração de Jesus, passou a ser celebrada no dia 22 de agosto, no lugar da recém extinta Oitava da Assunção de Nossa Senhora, data esta observada até hoje na Missa Tridentina. Com este gesto, o então Pontífice desejava obter, por intercessão da Santíssima Virgem, "a paz das nações, a liberdade da Igreja, a conversão dos pecadores, o amor da pureza e a prática das virtudes".



+ Sequéntia sancti Evangélii secúndum Joánnem.

Joann. 19, 25-27

IN illo témpore: Stabant juxta crucem Jesu mater ejus, et soror matris ejus María Cléophae, et María Magdaléne. Cum vidísset ergo Jesus matrem, et discípulum stantem, quem diligébat, dicit matri suae: Múlier, ecce fílius tuus. Deínde dicit discípulo: Ecce mater tua. Et ex illa hora accépit eam discípulus in sua.



Lúcia e o Coração Imaculado de Maria

A estampa/fotografia com as correcções
feitas pela Irmã Lúcia: a cruz (a indicar a
subida da mão direita), a cercadura à volta do
coração (no lugar dos espinhos) e o franzido
do vestido e do pescoço
Foram as religiosas da Congregação do Sagrado Coração de Maria que, em Setembro de 1942, após um retiro em Fátima, sensíveis às revelações do Coração Imaculado de Maria à vidente Lúcia “ correspondentes ao 2.º segredo de Fátima (13 de Junho e 13 de Julho de 1917, na Cova da Iria) e às revelações subsequentes (17/12/1927 em Pontevedra e 13/06/1927 em Tuy), descritas, sobretudo, na 3.ª Memória (de 31/08/1941), e querendo incrementar a devoção dos primeiros Sábados nos seus colégios “, assumiram a tarefa de investigar as particularidades iconográficas da imagem, sob a orientação de Madre Maria Chantal de Carvalhaes.
Pedindo informações à Irmã Lúcia sobre a forma como Nossa Senhora revelara o seu coração aos três pastorinhos, e após vários esboços feitos quer por religiosas, quer por um artista e por fotógrafos – estes utilizando como modelo a própria imagem da Capelinha das Aparições –, foi elaborada uma composição fotográfica que, depois de apreciada pelas autoridades religiosas (Setembro de 1943) e pela Vidente, esta corrigiu pelo seu próprio punho (tal como acontecera, anos antes, com a imagem da Capelinha), acompanhada das seguintes instruções escritas:

“A mão direita mais à altura do hombro como que reflectindo, ao mesmo tempo, para os assistentes. Do lado esquerdo, o manto caindo menos para diante. O Coração com os espinhos à volta. Nem o coração, nem as mãos, nem a imagem tinha raios, era luz, reflexo. Não tinha cordão, nem facha, mas formava sinto, com algum franzido no sinto e pescoço”.

Feito novo estudo, foi este enviado à Irmã Lúcia, que sobre ele deu o seguinte parecer em 29/12/43:
“Agradeço a fotografia; gostei, das que tenho visto são as que mais se aproximam da realidade”. A edição definitiva das estampas chegar-lhe-ia às mãos em Abril de 1944. 

A Irmã Lúcia em 1945, na pose
recriada em pintura, pela Irmã
 Henriqueta assinada em 1946
Pintura a óleo da Irmã Henriqueta Malheiro
Vilas Boas seguindo as últimas sugestões
da Irmã Lúcia sobre a Aparição do Coração
Imaculado de Maria (1946)

 1.ª imagem do Imaculado Coração de Maria conforme as informações da Irmã Lúcia

A primeira imagem… está em Ovar - Portugal

2.ª imagem do Imaculado Coração
de Maria de José Ferreira Thedim
(1947/48). Carmelo de Coimbra


A nova estátua estava pronta em 1947, porque nesse ano há referências à “recente” maquete para a monumental estátua em mármore do Imaculado Coração de Maria, destinada à fachada da Basílica de Fátima e esculpida mais tarde (entre 1956 e 1958) na Itália pelo artista norte-americano Padre Thomas McGlynn, O. P. 







O Padre Thomas McGlynn ultimando
a imagem do Imaculado Coração de Maria da fachada da Basílica de Fátima.



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