Devoção dos 5 primeiros sábados - Pontedra

Devoção dos 5 primeiros sábados

No dia 17 de Dezembro de 1927, foi junto do sacrário perguntar a Jesus como satisfaria o pedido que lhe era feito: Se a origem da devoção ao Imaculado Coração de Maria estava encerrada no Segredo que a Santíssima Virgem lhe tinha confiado. Jesus, com voz clara, fez-lhe ouvir estas palavras: “Minha filha, escreve o que te pedem; e tudo o que te revelou a Santíssima Virgem, na Aparição em que falou desta devoção, escreve-o também; quanto ao resto do Segredo, continua o silêncio”.
O que em 13 de junho de 1917 foi confiado a este respeito, é o seguinte: Ela pediu para os levar para o Céu. A Santíssima Virgem respondeu: “Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve; mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no Mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono.”

Fico cá sozinha? – perguntei, com pena. – “Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.”
Dia 10 de Dezembro de 1925, apareceu-lhe a Santíssima Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino, A Santíssima Virgem, pondo-lhe no ombro a mão, mostrou-lhe ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino: “Tem pena do Coração de tua Santíssima  Mãe, que está coberto de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar”.

Em seguida, disse a Santíssima Virgem: “Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmia e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço, e Me fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”.


No dia 15 de Fevereiro de 1926, apareceu-lhe, de novo, o Menino Jesus. Perguntou-lhe se já tinha espalhado a devoção a sua Santíssima Mãe. Ela expôs-lhe as dificuldades que tinha o confessor, e que a Madre Superiora estava pronta a propagá-la; mas que o confessor tinha dito que ela, só, nada podia. Jesus respondeu: “É verdade que a tua Superiora, só, nada pode; mas, com a minha graça, pode tudo”.
Apresentou a Jesus a dificuldade que tinham algumas almas em se confessar ao sábado, e pediu para ser válida a confissão de oito dias. Jesus respondeu: “Sim, pode ser de muitos mais ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça,e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria”.
Ela perguntou: “Meu Jesus. As que se esquecerem de formar essa intenção?” Jesus respondeu: “Podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem de se confessar”.

Carta à mãe                  
24-7-1927

Minha queria Mãe
Como sei que, ao receber uma carta minha, recebe, ao mesmo tempo, uma consolação, resolvi escrever esta, para a animar a oferecer a Deus o sacrifício da minha ausência. Em verdade, compreendo o quanto sente esta separação, mas creia que, se nós não nos separássemos voluntariamente encarregar-se-ia Ele de o fazer. Se não vejamos: o tio Manuel, que dizia não deixar sair de casa os filhos, e como Deus lhos levou! Por isso, eu queria que a mãe com generosidade oferecesse à Santíssima Virgem esse acto de reparação pelas ofensas que Ela recebe dos seus filhos ingratos.
Queria também que, a Mãe me desse a consolação de abraçar uma devoção que sei é do agrado de Deus, e que foi a nossa querida Mãe do Céu Quem a pediu. Logo que tive conhecimento dela, desejei abraçá-la, e fazer com que todos os demais a abraçassem. Espero, portanto, que a mãe que responderá a dizer que a faz, e vai procurar fazer com que todas essas pessoas que aí vão, a abracem também. Não poderá nunca dar-me consolação maior do que esta. Consta só em fazer o que vai escrito neste santinho. A confissão pode ser noutro dia, e os 15 minutos é o que me parece lhe vai fazer mais confusão.
Mas é muito fácil. Quem não pode pensar nos mistérios do Rosário?! Na anunciação do Anjo e na humildade da nossa querida Mãe, que, ao ver-se tão exaltada, chama-se escrava?! Na paixão de Jesus, que tanto sofreu o nosso amor?! E a nossa Mãe Santíssima junto de Jesus, no Calvário?! Quem não pode assim, nestes santos pensamentos, passar 15 minutos, junto da Mãe mais terna das mães?!
Adeus, minha querida mãe. Console assim a nossa Mãe do Céu, e procure que muitos outros A consolem também; e assim dar-me-á, também a mim, uma inexplicável alegria.
Sou sua filha muito dedicada, que lhe beija a mão.
Maria Lúcia de Jesus

A devoção consiste
Tuy, 29/V/930
Rev. mo Senhor
O que me parece ter-se passado entre Deus e a minha alma, a respeito da devoção reparadora do Imaculado Coração de Maria e da perseguição da Rússia? Parece-me que o nosso bom Deus, no fundo do meu coração, insta comigo para que peça ao Santo Padre a aprovação da devoção reparadora que o próprio Deus e a Santíssima Virgem se dignaram pedir em 1925, para de atenção a esta pequena devoção, dar a graça do perdão às almas que tiveram a desgraça de ofender o Imaculado Coração de Maria, prometendo, a Santíssima Virgem, às almas que do seguinte modo A procurarem reparar, assistir-lhes, à hora da morte, com todas as graças necessárias para se salvarem…
A devoção consiste em, durante 5 meses seguidos, ao primeiro sábado, receber a Sagrada Comunhão, rezar um Terço, e fazer 15 minutos de companhia a Nossa Senhora, meditando nos mistérios do Rosário, e fazer uma confissão com o mesmo fim. Esta poder-se-á fazer noutro dia. Se me não engano, o bom Deus promete terminar a perseguição na Rússia se o Santo Padre se dignar fazer, e mandar que o façam igualmente os bispos do mundo católico, um solene e público acto de reparação e consagração da Rússia se o Santo Padre se dignar a fazer, e mandar que o façam igualmente os bispos do mundo católico, um solene e público acto de reparação e consagração da Rússia aos Santíssimos Corações de Jesus e Maria, prometendo, Sua Santidade, mediante o fim desta perseguição, aprovar e recomendar a prática da já indicada devoção reparadora.
Declaro recear muitíssimo enganar-me. E o motivo deste receio é por não ter visto pessoalmente Nosso Senhor, mas só sentido a sua Divina Presença. Quanto à repugnância que sinto em ir dizer isto à Rev.ma Madre Superiora, não sei bem donde procede. Parte, será talvez do receio que tenho de que Sua Rev.ª irá desaprovar tudo isto, ou dizer que é uma ilusão, uma sugestão do demônio, e coisas assim deste gênero.
Beijo respeitosamente a mão de V. Rev.ª 

O PE. GONÇALVES PERGUNTA

Em Maio de 1930, o Revmo. P. José Bernardo Gonçalves pediu-lhe para responder, por escrito, às seguintes perguntas:
1º – Quando, como e onde: isto é, dizer a data (se souber), e a ocasião ou modo como sentiu essa manifestação da devoção aos 5 sábados.
2º – Condições requeridas: ou o que é que se requere para cumprir tal devoção.
3º – Vantagens: que graças se prometem a quem a fizer, pelo menos uma vez.
4º – Porque hão-de ser “5 sábados”, e não 9 ou 7 em honra das Dores de Nossa Senhora.
5º – E quem não puder cumprir com todas as condições no sábado, não satisfará com os domingos? A gente do campo, por exemplo, não poderá muitas vezes, por viver longe…
6º – Com relação à salvação da pobre Rússia, o que é que desejava ou queria?…
No dia 12 de Junho, a Vidente, que estava de cama com gripe, entregou ao Revmo. P. Gonçalves a seguinte resposta:

Lúcia Responde
12-6-1930
Rev.mo Senhor
Depois de implorar a assistência dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria, vou, quanto me for possível, responder às perguntas de V. Revª, no tocante à devoção dos cinco sábados.
1º – Quando? A 10-12-1925.
Como? Aparecendo-me Nosso Senhor e a Santíssima Virgem, mostrando-me o seu Imaculado Coração cercado de espinhos, pedindo reparação. Onde? Pontevedra, Travessia de Isabel II: a primeira Aparição, no meu quarto; a segunda, junto do portão da quinta, onde andava a trabalhar.
2º – Condições requeridas?
Durante 5 meses, ao primeiro sábado, receber a Sagrada Comunhão, rezar o Terço, fazer 15 minutos  de companhia a Nossa Senhora, meditando nos mistérios do Rosário, e fazer uma confissão com o mesmo fim. Esta poder-se-á fazer em outro dia, contanto que, ao receber a Sagrada Comunhão, se esteja em graça.


3º – Vantagens ou promessas:
“As almas que deste modo Me procurarem desagravar, (fala Nossa Senhora), prometo assistir-lhes, à hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação.
4º – Porque hão-de ser “5 sábados”, e não 9 o 7, em honra das dores de Nossa Senhora?
Ficando na capela, com Nosso Senhor, parte da noite do dia 29 para 30 deste mês de Maio, 1930, e falando a Nosso Senhor das duas perguntas 4 e 5, senti-me, de repente, possuída mais intimamente da divina Presença; e, se me não engano, foi-me revelado o seguinte: “Minha filha, o motivo é simples: São 5 as espécies de ofensas e blasfêmia proferidas contra o Imaculado Coração de Maria.”

  1. As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
  2. Contra a Sua Virgindade;
  3. Contra a maternidade divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
  4. Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo, e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
  5. Os que A ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens. Eis, minha filha, o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir esta pequena reparação; e, de atenção a ela, mover a Minha misericórdia ao perdão para com essas almas que tiveram a desgraça de A ofender. Quanto a ti, procura sem cessar, com as tuas orações e sacrifícios, mover-Me à misericórdia para com essas pobres almas.

E quem não puder cumprir com todas as condições no Sábado, não satisfará com os domingos? “Será igualmente aceita a prática desta devoção no domingo seguinte ao 1º sábado, quando os meus sacerdotes, por justos motivos, assim o concederem às almas.”
6º– Com relação à Rússia:
Se me não engano, o nosso bom Deus promete terminar a perseguição na Rússia, se o Santo Padre se dignar fazer, e mandar que o façam igualmente os Bispos do mundo católico, um solene e público ato de reparação e consagração da Rússia aos Santíssimos Corações de Jesus e Maria, prometendo, Sua Santidade, mediante o fim desta perseguição, aprovar e recomendar a prática da já indicada devoção reparadora.

Pontevedra, 28-X-1934
Rev.mo Senhor Pe. Gonçalves
… Sua Ex.ª Rev.ma, o Senhor Bispo de Leiria, prometeu-me começar, para o ano que vai entrar, a promover a devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria; creio que o bom Deus conta também com a cooperação de V. Revª.
Quanto à consagração da Rússia, esqueci-me de falar nisso ao Senhor Bispo, o que parece incrível! Paciência! Tenho pena que fique assim, porque o bom Deus creio que se desgosta: mas não posso fazer mais que orar e sacrificar-me por amor.
Por hoje, nada mais. Nem tanto fazia conta de dizer, mas parece que Nosso Senhor mo inspirou. Ele lá sabe para quê.
Creia que não o esquecerei aos pés de Jesus e Maria.
Maria Lúcia de Jesus, R. S. D.
                                                            
Pontevedra, 21 de Janeiro de 1935
Rev.mo Senhor Pe. Gonçalves
… Quanto à Rússia, parece-me que dará muito gosto a Nosso Senhor, trabalhando para que o Santo Padre realize os seus desejos.
Há uns três anos, Nosso Senhor estava bastante descontente por não se realizar o seu pedido. Em uma carta, fi-lo saber ao Senhor Bispo. Até hoje, Nosso Senhor nada mais me pediu, a não ser orações e sacrifícios. Intimamente, falando com Ele, parece-me que está disposto a usar de misericórdia com a pobre Rússia, como prometeu há 5 anos, e que Ele tanto deseja salvar. Mas já vê que falar intimamente com Deus é muito diferente de falar pessoalmente, e que fica sempre muito maior a dúvida do engano.
Agora, respondendo às perguntas de V. Revª: primeiro, se acho bem que insista com o Senhor Bispo? Acho bem, e parece-me que será muito agradável ao Nosso Senhor; segundo, se se deve modificar alguma coisa? Acho que deve ser tal qual Nosso Senhor a pediu…

Pontevedra, 26-5-1935
Rev.mo Senhor Pe. Gonçalves
… No dia 10, escrevi a Sua Exª Rev.ma o Senhor Bispo, recordando a promessa que me tinha feito de dar começo, este ano, à propagação da devoção reparadora do Imaculado Coração de Maria. Deus queira que seja este o momento designado, pelo nosso bom Deus, para o desenvolvimento do que julgo será Divina Vontade. Espero que V. Revª seja um dos principais obreiros, neste campo do Senhor… Se, para dar qualquer impulso à devoção reparadora do Imaculado Coração de Maria, quiser conferenciar alguma coisa com o Senhor Pe. Aparício, tem toda a liberdade para isso. Sou a mais humilde serva de V. Revª.
Maria Lúcia de Jesus, R. S. D.

Pontevedra, 18-05-1936
Rev.mo Senhor
… Quanto à outra pergunta: Se será conveniente insistir para obter a consagração da Rússia, – Respondo quase o mesmo que das outras vezes tenho dito. Sinto que não se tenha já feito; mas o mesmo Deus que a pediu, é que assim o permitiu. Vou a dizer algo do que sinto a este respeito, ainda que é matéria bastante delicada para se enviar por uma carta, com perigo de se perder e ser lida; mas ao mesmo Deus a confio, porque tenho receio de não tratar o assunto com toda a claridade. Se é conveniente insistir? Não sei. Parece-me que, se o Santo Padre agora a fizesse, Nosso Senhor a aceitava e cumpria Sua promessa; e, sem duvida, seria um gosto que dava a Nosso Senhor e ao Imaculado Coração de Maria.

Intimamente, não tenho falado a Nosso Senhor do assunto; e há pouco perguntava-Lhe porque não convertia a Rússia sem que Sua Santidade fizesse essa consagração. “Porque quero que toda a Minha Igreja reconheça essa consagração como um triunfo do Coração Imaculado de Maria, para depois estender o Seu culto e pôr, ao lado da devoção do Meu Divino Coração, a devoção deste Imaculado Coração”. Mas, meu Deus, o Santo Padre não me há-de crer, se Vós mesmo ou não moveis com uma inspiração especial. “O Santo Padre! Ora muito pelo Santo Padre. Ele há-de fazê-la, mas será tarde! No entanto, o Imaculado Coração de Maria há-de salvar a Rússia. Está-lhe confiada.”
Agora, Padre, quem me assegura de que tudo isto não é uma mera ilusão?! Com este receio, não tenho falado disto a ninguém, nem mesmo ao confessor. Temo enganar-me a mim e aos outros, o que desejo evitar a todo o custo. V. Revª julgará, e fará o que Nosso Senhor lhe inspirar…”

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